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    Entenda o que faz o Conar e até onde vai seu poder

    Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária fiscaliza ética nas propagandas publicitárias brasileiras; órgão não tem poder para censurar, mas para garantir respeito a regras do mercado

    Pedro Jordãoda CNN , São Paulo

    O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) é uma organização não governamental (ONG) que fiscaliza as questões éticas das propagandas publicitárias no Brasil. O órgão usa como norte o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.

    Financiado pelas agências de publicidade, empresas anunciantes e veículos de comunicação, o órgão pode abrir processos internos para avaliar se há desrespeito ao consumidor ou questões éticas em alguma propaganda.

    A abertura desses processos pode ocorrer por reclamações de consumidores que se sintam prejudicados de alguma forma por um conteúdo publicitário ou pelo próprio serviço de monitoramento do Conar.

    Caso a entidade detecte questões antiéticas, o Conar pode determinar a alteração do anúncio ou impedir que ele seja veiculado novamente.

    A ONG pode propor também advertir o anunciante e sua agência de publicidade e, excepcionalmente, divulgar uma reprovação pública contra o conteúdo analisado.

    Após uma reprovação pelo Conselho de Ética do órgão, anunciante e agência têm prazo formal para se defenderem ou se esclarecerem. A defesa é anexada ao processo, analisada e comentada. O assunto é levado a votos. Ainda cabe recurso da decisão final.

    Em caso contrário, ao concluir em análise que uma propaganda não fere as questões éticas dispostas no Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, a denúncia é arquivada.

    As decisões do Conar são rigorosamente respeitadas pelos veículos de comunicação, que não voltam a exibir um anúncio reprovado.

    Conar pode censurar propagandas?

    Algumas pessoas podem pensar que o Conar tem poder para censurar propagandas, mas não. O órgão não tem o poder de evitar a publicização de algum conteúdo, mas de avaliar, após a veiculação, se ele segue os critérios éticos aprovados pela comunidade publicitária e em vigor atualmente.

    O objetivo do órgão tem relação maior com a garantia de qualidade dos conteúdos veiculados, ajudando o mercado publicitário a garantir que suas próprias regras sejam cumpridas.

    Toda avaliação de propagandas feita pelo Conar tem como base o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária, que é um documento com 50 artigos e 21 anexos sobre as normas éticas a serem obedecidas pelos anunciantes e agências de publicidade na elaboração de seus anúncios.

    O código foi aprovado pela comunidade publicitária no III Congresso Brasileiro de Propaganda, realizado em São Paulo no ano de 1978.

    O papel do Conar na política

    Apesar da sua função, o Conar não tem poder para julgar propagandas políticas oficiais, que ficam a cargo dos tribunais eleitorais.

    No entanto, propagandas com teor político que não possuem aspectos partidários, como promovidas pela iniciativa privada, informando sobre serviços, obras, realizações, tarifas etc., poderão ser objeto de apreciação pela ONG.

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