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Haddad descarta subir IOF para conter alta do dólar e fala em "acomodação natural"

Ministro da Fazenda se reuniu com o presidente Lula nesta segunda (6) após cancelar as suas férias

Vitória Queiroz, da CNN, Brasília
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia no Palácio da Alvorada, em Brasília
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante cerimônia no Palácio da Alvorada, em Brasília  • 02/05/2023REUTERS/Ueslei Marcelino
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Após a primeira reunião de 2025 com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o dólar está em um processo de "acomodação natural". O chefe da pasta econômica descartou a possibilidade de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a alta do dólar.

"Não existe discussão de mudar regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo. Estamos recompondo a base fiscal por meio das propostas que estão sendo endereçadas ao Congresso Nacional", disse a jornalistas nesta segunda (6).

O dólar recua ante o real nesta segunda-feira (6), em linha com as fortes perdas da moeda norte-americana em todo o mundo, com os investidores reagindo a uma notícia indicando que o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, deve adotar uma abordagem mais moderada na implementação de tarifas de importação.

Às 11h42, o dólar à vista caía 0,65%, a R$ 6,1395 na venda.

"Sobre a questão do dólar, há um processo de acomodação natural. Nós tivemos um estresse no final do ano passado no mundo todo e também no Brasil. Hoje o presidente eleito nos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações moderando determinadas propostas feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem", disse.

A reunião de Haddad com o presidente Lula foi realizada para tratar da agenda econômica de 2025 e da votação do Orçamento deste ano. Segundo Haddad, a votação da Lei Orçamentária Anual é a prioridade do governo neste início de ano.

Haddad retornou a Brasília antecipadamente após suas férias terem sido canceladas. Em nota, o Ministério da Fazenda informou que "a decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar, que passou por um procedimento cirúrgico no final do ano".

Orçamento

O Congresso Nacional não aprovou o Orçamento de 2025 em dezembro do ano passado. Apesar disso, a União poderá pagar normalmente as despesas obrigatórias ou essenciais, como salários, aposentadorias e estoques dos serviços de saúde. Em geral, outras despesas poderão ficar limitadas a 1/12 do valor previsto por mês.

"No começo do ano, é sempre uma discussão mais lenta mesmo ordinariamente. Temos que falar com o relator [senador Angelo Coronel] para ajustar o orçamento às perspectivas do arcabouço fiscal e das leis que foram aprovadas no final do ano passado", disse Haddad.

O relator do Orçamento de 2025, senador Angelo Coronel, optou por adiar a votação do Orçamento para que pudesse haver mais tempo na incorporação das medidas fiscais apresentadas pelo governo no seu relatório final.

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