Inflação é maior para famílias de renda mais alta em outubro, aponta Ipea

Indicador também cresceu entre os de renda mais baixa, puxado por alimentos e artigos de saúde e higiene pessoal
Lucas Janone, da CNN, no Rio de Janeiro
O maior impacto para as classes de renda mais baixa, com rendimento entre R$ 1,7 mil e R$ 4 mil, veio do grupo “alimentos e bebidas”, com a alta no preço das frutas (32%) e massas (20%)  • REUTERS/Agustin Marcarian/Foto de arquivo
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As famílias brasileiras com maior renda foram as que mais sofreram com a pressão inflacionária em outubro. Para esse grupo, o índice subiu 1,14% no mês passado, contra 0,51% para as famílias de renda muito baixa.

A conclusão faz parte do estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nesta segunda-feira (21).

Depois de meses com queda no preço da gasolina, o setor dos “transportes” voltou a pressionar a inflação em outubro por conta da retomada da alta dos combustíveis.

E, segundo o levantamento do Ipea, os que mais sentiram esse movimento foram as famílias mais ricas do país, que possuem renda superior a R$ 8 mil. Para essa faixa de renda, a inflação dos transportes subiu mais de 2% em outubro, frente ao mês anterior.

Já o maior impacto para as classes de renda mais baixa, com rendimento entre R$ 1,7 mil e R$ 4 mil, veio do grupo “alimentos e bebidas”, com a alta no preço das frutas (32%) e massas (20%).

A categoria “saúde e cuidados especiais” também impactou negativamente, com destaque para o crescimento de custos dos artigos de higiene pessoal (2%).

No entanto, em comparação com outubro do ano passado, todas as faixas de renda no Brasil registraram uma deflação. Neste período, a desaceleração do indicador favoreceu principalmente as famílias de classes mais baixas.

Nos últimos 12 meses, o grupo “alimentos e bebidas” segue exercendo maior pressão inflacionária para as famílias de renda mais baixa.

Analisando o mesmo período, as famílias de maior poder aquisitivo seguem impactadas pelos aumentos no grupo “transportes”: alta de 40,5% no preço das passagens aéreas, 12,3% no transporte por aplicativo, 38,6% no seguro veicular e 12% nos automóveis novos.

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