Itaú faz nova revisão e prevê inflação em 5,5% para 2022
Para 2023, a projeção é ainda menor e a instituição espera um índice em 5%
Uma nova revisão do Itaú Unibanco prevê queda na inflação para este ano e para 2023. O resultado vem da expectativa da melhora da atividade econômica nos próximos meses.
O relatório reduz a projeção para o IPCA 2022 de 6,0% para 5,5%, e o balanço de risco ainda é assimétrico para baixo. Também foi revisado a projeção de 2023 de 5,3% para 5%, incorporando o impacto inercial baixista sobre preços administrados e maior queda de preços de bens.
O documento cita ainda o resultado das eleições e aponta que, independentemente do resultado, a política econômica do próximo governo está no centro das atenções. O cenário externo, como o aperto de condições financeiras com Fed funds em 5% e dólar mais forte, também impõe um desafio adicional.
De acordo com a economista do Itaú Unibanco, Julia Gottlieb, todo esse processo de queda da inflação ao longo do segundo semestre deste ano vem sendo puxado por alguns fatores.
Ela cita a redução de impostos sobre combustíveis e energia elétrica, além da deflação na alimentação, devolvendo parte dos choques econômicos que foram vistos ao longo do primeiro semestre, como foi o caso do leite.
“Tivemos uma queda de preços de commodities no cenário global, impactando os preços de alimentos e bens internamente. Por esses motivos, revisamos a inflação deste ano para 5,5%”, explica.
Para 2023, o Itaú Unibanco projetou uma inflação ainda mais baixa, de 5%, porém ainda acima da meta. “A projeção para baixo em 2023 foi impactada principalmente pela queda da inflação deste ano, em especial de alguns preços administrados”, aponta a economista.
Júlia aponta que esta revisão é reflexo de uma desinflação maior de bens, da queda nos preços globais de commodities metálicas e à normalização dos estoques. “As cadeiras produtivas foram muito afetadas pela pandemia, mas agora, na margem, já dá para ver uma estabilização. Tudo isso contribui para uma queda nos preços maior do que esperávamos antes”, conclui.