Juros e comunicação: empresários debatem obstáculos para atração de investimentos ao Brasil
Empresários participam do Repcom, evento de reputação promovido pela FSB Holding, realizado nesta quinta-feira (31), em São Paulo
Os problemas de comunicação dos brasileiros e os entraves gerados pelos juros altos do Banco Central (BC) são obstáculos para a atração de investimentos no Brasil.
Esta foi uma das conclusões do primeiro painel do Repcom, evento de reputação promovido pela FSB Holding, realizado nesta quinta-feira (31), em São Paulo.
André Esteves pontuou que para as empresas, não basta “fazer tudo certo”, é necessário “mostrar que faz tudo certo”.
“Não adianta achar que faz tudo certo, a gente tem que mostrar e explicar que está fazendo tudo certo. Tirar dúvidas sobre nossas atividades”, disse sobre a reputação das companhias.
Para Rubens Menin, presidente do Conselho da MRV, do Inter e sócio controlador da CNN Brasil, “o Brasil tem comunicado mal”, mencionando empresários que criticam o país no exterior.
“Nós somos melhores do que se fala da gente. Quando estamos em um evento lá fora, temos que falar bem do Brasil”, defendeu.
Juros altos geram “ansiedade”
Os participantes do debate também apontaram a taxa de juros em dois dígitos como um inibidor de investimentos no país. A Selic foi a 10,75% ao ano em setembro, em decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC.
O colegiado se reúne na próxima semana, com nova expectativa de alta.
Para Menin, o juro alto no país também gera “ansiedade”. Apesar disso, o empresário disse acreditar que o país segue “atrativo para investidor estrangeiro”.
Para Rubens Ometto, presidente da Cosan, juro alto e insegurança jurídica são “problemas sérios” a serem enfrentados pelo Brasil para atrair investimentos.
“O primeiro [problema] é a insegurança jurídica. As coisas ficam mais difíceis com o judiciário mudando coisas transitadas em julgado, com desorganização entre os Poderes”, disse.
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