Preços do petróleo recuam após dispararem com a invasão da Ucrânia
Na quinta-feira (24), a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços acima de US$ 100 dólares o barril pela primeira vez desde 2014
Por Stephanie Kelly, da Reuters
Na semana, o Brent subiu cerca de 4,7%, enquanto o WTI estava a caminho de avançar cerca de 0,6% • 22/11/2019REUTERS/Angus Mordant
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Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira (25) após fortes aumentos no início da sessão devido à preocupação com possíveis interrupções no fornecimento global devido às sanções ao grande exportador de petróleo, a Rússia.
Os contratos futuros do Brent para abril caíram US$ 1,15 dólar, ou 1,2%, para fechar em US$ 97,93 o barril, após avançar a US$ 101,99. O contrato mais ativo para maio caiu US$ 1,30, ou 1,4%, para US$ 94,12.
O petróleo dos EUA (WTI) recuou US$ 1,22 dólar, ou 1,3%, para fechar a US$ 91,59 o barril, após tocar a máxima da sessão de US$ 95,64.
Na semana, o Brent subiu cerca de 4,7%, enquanto o WTI estava a caminho de avançar cerca de 0,6%.
Na quinta-feira (24), a invasão da Ucrânia pela Rússia elevou os preços acima de US$ 100 dólares o barril pela primeira vez desde 2014, com o Brent chegando a US$ 105, antes de perder força no fechamento da sessão.
Na quinta-feira, o presidente dos EUA, Joe Biden, respondeu à invasão da Rússia na Ucrânia com uma onda de sanções que impedem a capacidade da Rússia de fazer negócios nas principais moedas, junto com sanções contra bancos e empresas estatais.
Reino Unido, Japão, Canadá, Austrália e União Europeia também divulgaram sanções, incluindo uma medida da Alemanha para suspender a certificação de um gasoduto russo de US$ 11 bilhões.
No entanto, a Rússia não terá seus fluxos de petróleo e gás especificamente atingido por sanções, disse uma autoridade dos EUA. O país é o segundo maior produtor de petróleo do mundo e um importante fornecedor de gás natural para a Europa.
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O petróleo é considerado uma commodity. O termo se refere a recursos finitos que têm origem na natureza e são comercializados. No caso, o petróleo é usado principalmente como combustível, mas também dá origem a materiais como o plástico
• REUTERS/Vasily Fedosenko
O petróleo pode ser de vários tipos, dependendo principalmente do seu grau de impureza. Os dois principais, Brent e WTI, são leves (pouco impuros), e a diferença se dá pelo local de negociação: bolsa de Nova York no caso do Brent e bolsa de Londres no caso do WTI
• Instagram/ Reprodução
Os preços do petróleo seguem uma cotação internacional, e flutuam pela oferta e demanda. No Brasil, o preço de referência adotado pela Petrobras - maior produtora no país - é do Brent, seguindo a cotação internacional, em dólar
• REUTERS
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Quando se fala da comercialização de petróleo, um fator importante é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). Com 13 membros, ela é responsável por quase 50% da produção mundial de petróleo, e portanto consegue regular a oferta - e preços - pelos fluxos de produção
• Reuters/Dado Ruvic
A partir de 2020, os preços do petróleo foram afetados pela pandemia e pela guerra na Ucrânia. A Opep+ (que inclui países aliados do grupo, como a Rússia) decidiu cortar a produção temporariamente devido à baixa demanda com lockdowns, e os preços caíram. A média em 2020 foi US$ 40, distante da de anos anteriores, entre US$ 60 e US$ 70
• REUTERS
Em 2021, porém, o cenário mudou, com o avanço da vacinação, os países reabriram rapidamente, e a demanda por commodities decolou, incluindo pelo petróleo. A Opep+, porém, decidiu manter os níveis de produção de 2020, e a oferta baixa fez os preços saltaram, ultrapassando US$ 80
• REUTERS/Nick Oxford
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Já em 2022, a situação piorou. A guerra na Ucrânia, e as sanções ocidentais a um dos maiores produtores mundiais da commodity, a Rússia, fizeram os preços dispararem, ultrapassando os US$ 120. Atualmente, o barril varia entre US$ 100 e US$ 115
• 03/06/2022REUTERS/Angus Mordant
A alta dos preços do petróleo, porém, trouxe consequências negativas para o Brasil. Como a Petrobras segue a cotação internacional e o dólar está valorizado ante o real, ela subiu o preço nas refinarias, o que levou a uma elevação da gasolina e outros combustíveis. Até o momento, o preço da gasolina já subiu 70%
• REUTERS/Max Rossi
A alta do petróleo não afetou só o Brasil. Países dependentes da commodity, como EUA, Índia e Reino Unido, também viram os preços dos combustíveis subirem, e têm tentado pressionar a Opep+ a retomar os níveis de produção pré-pandemia, o que tem ocorrido lentamente enquanto a organização aproveita para se recuperar das perdas em 2020
• Reuters