Queda na renda familiar reduz frequência a shoppings, aponta consultoria
No entanto, ida semanal aos complexos continua a ser o comportamento mais frequente
A redução média de mil reais na renda familiar está mudando o comportamento dos brasileiros, com impacto na rotina de idas aos shoppings centers. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Fronte, empresa de pesquisa e análise de mercado. A consultoria mostra uma mudança que os consumidores têm ido com menos frequência aos complexos de comércio e serviços espalhados pelo país.
O levantamento mostra que a proporção de clientes que vão semanalmente aos estabelecimentos apresentou queda de cinco pontos percentuais em 2022, quando comparados a dados de 2019, ou seja, ao período pré-pandemia. Embora esse continue a ser o comportamento mais típico da clientela, a proporção dele passou de 53% para 48% dos consumidores.
Parte deste público migrou para a frequência mensal, que passou de 12% para 14%. Já a ocasional, que envolve intervalos maiores que 30 dias, passou de 16% para 19%, enquanto o percentual de visitas pela primeira vez oscilou de 2% para 3%.
A pesquisa aponta que, em 2019, a renda familiar média dos consumidores era de R$ 11.019, contra a atual de R$ 9.536. Um nível 13,4% menor, que corresponde a uma diferença de R$ 1.483. O trabalho mostra também uma queda nominal no gasto médio, que passou de R$ 352 para R$ 344. Diretor da Fronte, Fabio Caldas destaca que é impossível dissociar a queda da renda com a mudança no padrão de consumo.
“O desemprego subiu muito e quem conseguiu recuperar o emprego tem conseguido com uma renda menor. A gente vê a renda das famílias caindo, mesmo com o desemprego caindo. Então, eu tenho um valor menor para gastar, o que é sentido pelos shoppings”, aponta.
Apesar das variações, Juliana Piai, sócia-diretora da Fronte, destacou que a frequência com que os brasileiros vão aos shoppings centers continua elevada.
“Ainda é uma frequência alta. A economia impacta o comportamento da compra, por exemplo, o desembolso hoje é menor, mas os shoppings continuam sendo grandes opções e motivadores, com grande importância na rotina do consumidor”, destaca Juliana Piai.
Para os autores do estudo, a imprevisibilidade do cenário macroeconômico é a principal influência do consumidor no processo de decisão sobre qualquer compra. “Associado a isso, há queda na renda. Então, as pessoas precisam repensar um pouquinho no que que elas vão gastar, deixando itens que podem esperar para comprar o que é mais essencial no momento”, conclui Caldas.
*Sob supervisão de Stéfano Salles