Reajuste de 52% na tarifa mais alta da conta de luz não deve ser o único
Metodologia que estabelece os parâmetros da formação da tarifa das bandeiras foi ultrapassada pela crise atual
Como previsto pelo podcast Abertura de Mercado, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aumentou o valor da tarifa da bandeira vermelha 2 nesta terça-feira (29), com um reajuste de 52%, para R$ 9,49 pelo consumo de 100 kWh. O preço até então era de R$ 6,243.
Isso aconteceu porque a metodologia que estabelece os parâmetros da formação da tarifa das bandeiras foi ultrapassada pela crise atual. Os custos subiram muito rápido, com muita intensidade e sob o risco de durar mais tempo num patamar elevado. Um cenário de risco que não estava contemplado pela agência reguladora.
É como se a agência precisasse de mais um nível para a bandeira vermelha, ou de uma nova cor – o que compromete a simbologia que verde, amarelo e vermelho já tem entre nós.
Isso ficou tão evidente que os diretores resolveram abrir uma nova rodada de consulta pública para fazer um puxadinho na metodologia que acolha surpresas fora do horizonte.
Isso significa, infelizmente, que assim que resolverem essa fórmula, a tarifa da bandeira vermelha 2 vai subir de novo, podendo chegar a R$ 12.
Junto com essa crise, e com as constantes notícias da CPI da pandemia, outros assuntos complexos não param de pipocar. Tivemos novos aumentos no IGP-M em maio, que já teve acumula aumento de mais de 15% no ano e de 35,75% nos últimos 12 meses.
Ainda teremos a divulgação da taxa de desemprego de abril, nesta quarta, e do Caged, com a geração de vagas formas de maio, na quinta-feira. Enquanto isso, mais e mais divergências rodeiam o fatiamento da reforma tributária.
Neste episódio do Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thaís Herédia ouve especialistas sobre esse e outros temas que mexem com a economia e influenciam o mercado.
(Texto publicado por Ligia Tuon)