TCU cita risco de paralisação com crescimento das despesas obrigatórias

Auditores alertaram para “riscos” no cumprimento da meta fiscal de 2025

Gabriel Garcia, da CNN, Brasília
Fachada do prédio do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília
Fachada do prédio do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília  • Valter Campanato/Agência Brasil
Compartilhar matéria

A área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), alerta para o risco de “shutdown” da máquina pública até 2028, com o aumento das emendas parlamentares impositivas e dos mínimos constitucionais de saúde e educação.

Os achados foram revelados em relatório de acompanhamento do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) da União para o exercício financeiro de 2025, divulgado nesta quarta-feira (21).

Um “shutdown”, na tradução livre, é uma espécie de paralisação da máquina do governo. Isso porque, segundo o TCU, o espaço para despesas discricionárias – aquelas não obrigatórias –, cairia 88% de 2024 para 2028.

As despesas discricionárias são aquelas que não são obrigatórias, como recursos para custeio e investimentos. São utilizadas, principalmente, para o financiamento de políticas públicas.

Segundo a área técnica da Corte de Contas, a despesa discricionária líquida de emendas e mínimos constitucionais cai de R$ 100,9 bilhões em 2024 para R$ 11,7 bilhões em 2028, uma redução de 88%.

“Sem revisão da legislação, o aumento das despesas obrigatórias e despesas com dotações proporcionais à receita pode levar a um shutdown da máquina pública”, disse o relatório.

Meta fiscal

Também no relatório, os auditores do TCU alertaram para “riscos” no cumprimento da meta fiscal em 2025.

“Como consequência, as projeções para o resultado primário apresentam duplo risco, como decorrência da possibilidade de frustrações de receitas, aumento das despesas obrigatórias e limitação do contingenciamento a 25% das despesas discricionárias, cabendo alerta específico ao Poder Executivo”, afirmaram os técnicos.

Os auditores do TCU também observaram que as estimativas para a receita primária líquida apresentadas no PLDO são "otimistas". O TCU entendeu que essas estimativas, que variam entre R$ 35,6 bilhões e R$ 50,7 bilhões, estão acima das previsões baseadas em dados de mercado.

Acompanhe Economia nas Redes Sociais