Washington permite que companhias aéreas chinesas aumentem voos para os EUA

Autoridades emitiram uma ordem permitindo que as companhias aéreas chinesas aumentassem seu número de voos semanais de ida e volta para 12

Michelle Toh, da CNN, em Hong Kong
Avião da China Eastern Airlines antes de decolar em aeroporto chinês
Anúncio veio em meio a uma forte demanda retornando para viagens internacionais de e para a China  • Costfoto/Future Publishing via Getty Images
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Os Estados Unidos comunicaram na quarta-feira (3) que passam a permitir que as companhias aéreas chinesas aumentem seus serviços para o país, dando às transportadoras uma vitória limitada, já que a tensão geopolítica continua a atormentar o relacionamento bilateral.

O Departamento de Transporte dos EUA confirmou à CNN que havia emitido uma ordem permitindo que as companhias aéreas chinesas aumentassem seu número de voos semanais de ida e volta para 12.

Isso é superior aos oito voos semanais de ida e volta atualmente permitidos para as transportadoras chinesas.

O novo “nível de serviço será equivalente ao número total de voos permitidos pelas autoridades de aviação [chinesas] para companhias aéreas dos EUA”, disse o DOT em comunicado.

A agência disse que “continuará avaliando como e quando modificar ainda mais sua postura em relação aos voos das transportadoras [chinesas] de maneira a oferecer um ambiente operacional competitivo para as transportadoras aéreas dos EUA”.

Steve Saxon, da consultoria  McKinsey, disse que a capacidade de voo “ainda está bem abaixo dos níveis pré-Covid”. Mais de 150 voos de ida e volta foram permitidos por cada lado antes que as restrições fossem impostas em 2020 devido à pandemia.

Saxon disse que o anúncio veio em meio a “uma forte demanda retornando para viagens internacionais de e para a China: pessoas visitando amigos e parentes que não viam há três anos; empresas visitando seus fornecedores; executivos multinacionais que visitam suas operações na China”.

“A oferta é muito menor do que a demanda entre os EUA e a China atualmente”, disse ele à CNN.

Atualmente, três companhias aéreas americanas - American Airlines, Delta Air Lines e United Airlines- voam rotas entre os dois países. As operadoras chinesas Air China, China Southern Airlines, China Eastern Airlines e Xiamen Airlines também atendem os dois mercados.

Voando sobre a Rússia

No domingo, o Financial Times noticiou, citando fontes não identificadas, que as autoridades americanas ofereceram às companhias aéreas chinesas o mesmo número de voos semanais entre os dois países que as americanas, com a condição de que concordassem em não sobrevoar a Rússia.

O DOT não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre o assunto.

No ano passado, a Rússia fechou seu espaço aéreo para companhias de dezenas de países quando começou a invasão da Ucrânia. Como resultado, muitos voos foram forçados a mudar de rota, tornando as viagens mais longas e caras.

As transportadoras chinesas não estão sujeitas às restrições, já que a relação entre Moscou e Pequim permanece intacta, levando a pedidos nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha pela proibição de voos chineses que usam o espaço aéreo russo.

A decisão de Washington de permitir mais voos ocorreu quando o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, sinalizou o desejo de estabilizar as relações com a China.

Blinken, que adiou sua viagem à China em fevereiro devido a um suposto balão espião chinês nos EUA, disse que espera reagendar sua visita ao país este ano.

Falando em um evento em Washington, ele disse a repórteres que o presidente dos EUA, Joe Biden, havia discutido a importância de restabelecer a comunicação regular "em todos os níveis" com o líder chinês Xi Jinping no ano passado.

“Estamos competindo com a China; Não há nenhum segredo sobre isso. Mas temos um grande interesse em tentar garantir que essa competição não se transforme em conflito”, disse Blinken.

A administração Biden acredita que “no mínimo, precisamos ter um piso nesta relação”, acrescentou.

*Juliana Liu, Simone McCarthy e Reuters contribuíram para essa reportagem.

Esse conteúdo foi publicado originalmente em
inglêsVer original 
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