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Alta do IOF: Reação imediata foi fechar captações, diz CEO da Gama

"Nossos fundos investem 100% no mercado internacional. O imposto prejudicaria a liquidez e o preço do câmbio", contou Bernardo Queima ao Capital Insights

Da CNN
Bernardo Queima, CEO da Gama Investimentos, em entrevista ao Capital Insights
Bernardo Queima, CEO da Gama Investimentos, em entrevista ao Capital Insights  • Reprodução: CNN Money
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A alta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pegou o mercado de surpresa, e para quem trabalha com aplicações de fundos no exterior, o choque inicial foi grande.

"Nossos fundos investem 100% no mercado internacional. O imposto prejudicaria a liquidez e o preço do câmbio", contou Bernardo Queima, CEO da Gama Investimentos, em entrevista ao Capital Insights, programa do CNN Money com a Broadcast, desta quinta-feira (29).

Queima ressaltou que a reação imediata foi de fechar as captações.

Às 23h31 do dia do anúncio, o Ministério da Fazenda postou em sua conta na rede social X que iria recuar com parte da alta do IOF, justamente na que se refere ao envio de remessas ao exterior. "Foi super acertado o recuo imediato", enfatizou o CEO da Gama.

Queima reconheceu que o cenário fiscal é um dos principais desafios hoje na cena doméstica, mas avalia que não há mais espaço para subir impostos. Ele chamou atenção para a economia estar acelerando em decorrência dos gastos, o que por consequência tem pressionado a inflação.

"É cedo para falar de queda de juro. O governo precisa ajudar o BC [Banco Central]", defendeu o CEO da Gama.

Investimentos

A Gama tem sob gestão R$ 5 bilhões em ativos. O hub conecta brasileiros a gestores globais, e a avaliação de Queima é de que o investidor brasileiro evoluiu muito, mas ainda olha pouco para o mercado global.

"O juro alto no Brasil torna o investidor mais lento. Queremos tornar o investimento no exterior corriqueiro. O investidor brasileiro vai se internacionalizar quando ajustarmos o fiscal", pontuou.

"O mundo ficou mais diverso e menos monotemático. Hoje há de 20% a 30% olhando para outros mercados. Os EUA continuam sendo um super país, mas deram chance a outros. A China não pode sair do radar", concluiu.

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