Dólar recua a R$ 5,36 após falas do governo em defesa do equilíbrio fiscal; Ibovespa cai

No cenário internacional, mercados voltam a apostar em início do corte dos juros nos EUA a partir de setembro

Da CNN*, São Paulo
O dólar ainda é negociado perto dos R$ 5,40 puxado pelo desconforto fiscal persistente  • REUTERS/Amanda Perobelli
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Dólar e Ibovespa recuaram nesta quinta-feira (13), após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar que a equipe econômica intensificou o trabalho relacionado à revisão de gastos públicos com foco no fechamento do Orçamento de 2025.

Segundo Haddad, a revisão dos gastos tem ganhado tração e o Congresso está "muito disposto" a avançar no tema. O ministro também afirmou que o gasto primário, tributário e financeiro têm de ser revistos.

Na cena internacional, o apetite por risco da quarta-feira, motivado por dados de inflação abaixo do esperado nos Estados Unidos, perdia força, com o dólar voltando a ganhar frente a seus pares e os índices Dow Jones e S&P 500 encerrando no negativo.

A divisa norte-americana encerrou a sessão com perda de 0,66%, negociada a R$ 5,368 na venda. Na véspera, o dólar bateu a maior cotação desde janeiro de 2023.

Em dia de volatilidade, o Ibovespa fechou o dia com recuo de 0,31%, aos 119.567 pontos, em dia de recuperação da Vale (VALE3), mas com pressão negativa da Petrobras (PETR4).

O ministro da Fazenda disse nesta quarta que vai apoiar o Senado com relação às medidas de compensação à desoneração da folha de pagamento a 17 setores da economia, bem como a redução da alíquota previdenciária de municípios.

Segundo o ministro, todas as propostas vão ser processadas pela equipe dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para encaminhar uma análise de impacto de cada uma delas.

Após forte reação de empresários e parlamentares à MP, que limita as compensações de PIS/Cofins, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, comunicou na terça-feira (11) a devolução de parte do texto.

Haddad também afirmou que a equipe econômica intensificou o trabalho relacionado à revisão de gastos públicos com foco no fechamento do Orçamento de 2025.

Ainda no cenário interno, investidores reagiram positivamente às falas do presidente Lula defendendo Haddad após ruídos nos últimos dias dando conta de que ele estaria enfraquecido no governo.

"Agora você tem uma decisão da Suprema Corte que vai acontecer. Se em 45 dias não houver um acordo sobre compensação, o que vai acontecer? Vai acabar a desoneração -- que era o que eu queria, por isso que eu vetei naquela época", lembrou Lula. "Então agora a bola não está mais na mão do Haddad; a bola está na mão do Senado e na mão dos empresários.”

Inflação dos EUA surpreende para baixo

Os preços ao produtor dos Estados Unidos caíram inesperadamente em maio em meio a custos mais baixos de energia, outra indicação de que a inflação estava diminuindo depois de saltar no primeiro trimestre.

Nos 12 meses até maio, o índice aumentou 2,2%, depois de subir 2,3% em abril.

Na quarta-feira (12), dados do governo mostraram que os preços ao consumidor permaneceram inalterados em maio pela primeira vez em quase dois anos, aumentando as expectativas do mercado financeiro de que o Federal Reserve começará a cortar a taxa de juros em setembro.

Também na véspera, o banco central dos EUA manteve sua taxa de juros na faixa atual de 5,25% a 5,50%, onde está desde julho passado.

*Com Reuters

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