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Dólar cai a R$ 5,56 e bolsa sobe em meio a tensões tarifárias com os EUA

Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistirá na negociação comercial com os Estados Unidos

Da CNN*
Notas de dólar
Notas de dólar  • 10/03/2023REUTERS/Dado Ruvic
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O dólar à vista fechou em queda contra o real nesta segunda-feira (21), enquanto a bolsa subiu, com os investidores ainda atentos aos impactos das tarifas comerciais do governo Trump e à possibilidade de mais ações específicas contra o Brasil.

O dólar à vista caiu 0,40%, a R$ 5,5651 na venda.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subiu 0,59%, a 134.166,72 pontos, beneficiado pelo desempenho positivo de ações de bancos e do setor de materiais básicos, enquanto Fleury foi destaque em meio a notícias sobre conversas para eventual combinação de negócios com Rede D'Or.

Em entrevista à CBN nesta manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistirá na negociação comercial com os Estados Unidos, mas não descarta a possibilidade do prazo de 1º de agosto para imposição de tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros chegar sem que o Brasil tenha recebido uma resposta dos EUA.

Haddad afirmou ainda que o governo avalia implementar instrumentos de apoio a setores da economia impactados pela tarifa dos Estados Unidos, acrescentando que não necessariamente haverá impacto fiscal com a implementação dessas medidas.

"Pode ser que nós tenhamos que recorrer a instrumentos de apoio a setores que injustamente estão sendo afetados", disse ele, sem detalhar as possíveis ações.

Na sexta-feira (18), na mais recente medida contra o Brasil, os EUA restringiram vistos para autoridades do Judiciário brasileiro e seus familiares imediatos, citando novamente objeções aos processos legais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Além das medidas já tomadas, investidores estarão atentos nesta semana a possíveis novas ações dos Estados Unidos contra o Brasil, que podem impactar o câmbio.

"Há promessa de novas sanções contra o Brasil, que seriam anunciadas ao longo da semana. A imprensa cogita aumento das tarifas para 100%, imposição da Lei Magnitsky para algumas autoridades, proibição de aviões brasileiros sobrevoarem os EUA e até mesmo o desligamento do GPS e descredenciamento do sistema Swift", citou o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em relatório enviado a clientes.

"Não é possível saber o que acontecerá. Mas o cenário piorou muito e escala rapidamente. Observamos que alguns bancos estrangeiros retiraram recomendações de venda de dólar e aplicações em taxa prefixada", acrescentou.

Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em alta de 0,72%, a R$ 5,5875.

Do lado norte-americano, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou nesta segunda que o governo está mais preocupado com a qualidade dos acordos comerciais do que com o tempo.

"Não vamos nos apressar para fechar acordos", disse Bessent em uma entrevista à CNBC, referindo-se às negociações com os diversos países.

Questionado se o prazo de 1º de agosto para os países fecharem um acordo comercial poderia ser prorrogado no caso de quem já está envolvido em negociações produtivas com Washington, Bessent afirmou que o presidente dos EUA, Donald Trump, é que decidirá sobre isso.

Às 10h24, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,32%, a 98,084.

*Com informações da Reuters

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