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Dólar cai 0,45% e Ibovespa tem ligeira alta em semana marcada por tarifaço

Principal foco dos investidores nacionais continua sendo as tensões comerciais entre Brasil e EUA

Da CNN*
Nota de 100 dólares
Divisa norte-americana terminou o dia com ganho de 0,74%, cotado em R$ 5,5622 na venda  • 07/02/2011 - REUTERS/Lee Jae-Won
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O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta sexta-feira (25), apesar de ter encerrado a semana em baixa, conforme persistem incertezas sobre a resposta do Brasil à ameaça dos Estados Unidos de impor tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com uma série de dados também no radar.

A divisa norte-americana terminou o dia com ganho de 0,74%, cotada em R$ 5,5622 na venda. Na semana, contudo, acumulou baixa de 0,45%.

Já o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou o pregão em baixa de 0,21%, a 133.524,18 pontos, com alta de 0,1%.

Os movimentos do real nesta sessão tiveram como pano de fundo a força do dólar ante seus pares no exterior, com o dólar avançando sobre moedas fortes, como o iene e o euro, e emergentes, como o rand sul-africano e o peso chileno.

O índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,37%, a 97,809.

Negociações do Brasil com os EUA

Apesar da pressão externa, o principal foco dos investidores nacionais continua sendo as tensões comerciais entre Brasil e EUA, à medida que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca alternativas para evitar a taxa de 50% de Washington a partir de 1º de agosto.

Na mais recente atualização sobre o tema, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse na quinta-feira (24) que conversou no sábado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, a quem reiterou pedido de negociação sobre tarifas.

Mais cedo, em fala durante evento, Lula havia dito que o Brasil está pronto para negociar com os EUA caso o presidente norte-americano, Donald Trump, queira conversar.

O receio do mercado, entretanto, é que haja pouco espaço para discussões e contrapartidas do lado brasileiro.

Enquanto persistem incertezas sobre a disputa, os agentes têm preferido negociar com cautela, sem fazer grandes apostas para qualquer direção.

"Essa incerteza dos investidores em relação às políticas comerciais estimula o compasso de espera, faz com que investidores evitem assumir novas posições e de certa forma é levemente prejudicial ao real", disse Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX.

Dados econômicos

Para além da tarifa dos EUA, o mercado brasileiro também voltava suas atenções para dados econômicos neste pregão.

No destaque do dia, o IBGE informou que o IPCA-15 acelerou a alta em julho, apesar de nova queda nos alimentos, com a inflação em 12 meses se acomodando no nível de 5,3% a poucos dias da próxima reunião de política monetária do Banco Central.

Antes disso, a FGV (Fundação Getúlio Vargas) relatou que a confiança dos consumidores brasileiros voltou a subir em julho, após queda no mês anterior, sendo impulsionada por melhoras tanto no indicador sobre a situação atual quanto na medida de expectativas para os próximos meses.

Cenário externo

No cenário externo, o foco também está em torno do comércio, com expectativas de que os EUA possam anunciar um acordo comercial com a União Europeia, após alcançar um pacto tarifário com o Japão nesta semana.

Também no radar está a tensão entre o Federal Reserve e Trump sobre a taxa de juros dos Estados Unidos. Os membros do banco central dos EUA se reúnem na próxima semana e devem manter os juros inalterados novamente, apesar da pressão do presidente por cortes imediatos.

*Com informações da Reuters

 

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