Metrô de SP triplica prejuízo em 2020 e quer fechar bilheterias para economizar

O balanço da companhia estadual revela que a pandemia fez com que as receitas da empresa caíssem 47,8% no ano passado

Fernando Nakagawa, da CNN
Passageiros do metrô de São Paulo passam por catracas após normalização do fluxo
Passageiros do metrô de SP passam pelas catracas após normalização do fluxo: pandemia afetou resultados  • Foto: CNN (28.jul.2020)
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 A pandemia fez o número de passageiros cair pela metade no metrô de São Paulo. Esses vagões vazios quase triplicaram o prejuízo da empresa que perdeu R$ 1,701 bilhão em 2020. Para tentar amenizar as perdas, a estatal paulista apresentou um amplo plano para melhorar os números e, entre as medidas, está o fechamento das bilheterias de 25 estações ainda este ano, que passaria a operar apenas com máquinas automáticas para vender bilhetes. 

O balanço da companhia estadual enviado do governo de São Paulo revela que as receitas da empresa caíram 47,8% no ano passado. Boa parte dessa queda foi gerada pela pandemia. O número de pessoas que passaram pelas catracas do metrô paulistano caiu praticamente pela metade: foram 554,4 milhões de passageiros no acumulado do ano, número 49,5% menor que o visto em 2019.

Ao mesmo tempo, várias das despesas pagas pela estatal paulista aumentaram. O gasto com vendas de bilhetes, por exemplo, cresceu 32,5% e as despesas administrativas aumentaram 12,8%. Juntas, essas duas linhas do balanço somaram R$ 1,07 bilhão. 

Para tentar melhorar as contas, a estatal apresentou ao governo paulista uma estratégia de longo prazo para tentar equilibrar a situação financeira. Entre as medidas propostas até 2025, está o início do fechamento das bilheterias.

Em 2021, a empresa quer fechar postos de venda de bilhetes em 25 estações. Essa medida, diz a companhia, deverá reduzir em R$ 14,2 milhões as despesas com arrecadação. Não há detalhes sobre o plano para os anos seguintes, nem se, no futuro, a medida vai afetar todas as estações do sistema metroviário. 

Discretamente, o Metrô já começou um projeto-piloto para esvaziamento das bilheterias. Desde 2019, a empresa parou de vender bilhetes magnéticos de papel e os trocou por tíquetes com QR Code nas estações São Judas, Paraíso e Pedro II. 

O balanço da empresa diz que, com o fechamento das bilheterias, os novos tíquetes QR Code poderão ser adquiridos e impressos em máquinas de autoatendimento ou por aplicativo no telefone celular, que também é lido pela catraca. 

Um dos argumentos da empresa para fechar bilheterias é que cada vez menos passageiros compram os tíquetes antes da viagem. Dos mais de 500 milhões de passageiros do metrô paulistano no ano passado, só 11,3% dos usuários diários – ou cerca de 62 milhões de pessoas no ano – compraram usaram o bilhete magnético. Atualmente, 60,3% dos passageiros usam cartões recarregáveis do bilhete único ou do sistema BOM, o bilhete ônibus metropolitano. 

O CNN Business procurou o Metrô de São Paulo na segunda-feira, dia 29 de março, para esclarecer o plano de fechamento de bilheterias, mas a empresa não respondeu até o fechamento deste texto.

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