Dona da Saks anuncia acordo para compra da varejista de luxo Neiman Marcus e Amazon quer ajudar; entenda

Empresas estão ligadas a negociações de fusão há anos e o acordo gera mais poder para negociar com marcas de luxo por custos mais baixos

Nathaniel Meyersohn, Jordan Valinsky, da CNN
Consumidores fazem compras em shopping no Estado da Pensilvânia, nos EUA
Saks possui 39 lojas, enquanto a Neiman Marcus, que pediu falência em 2020, possui 36 lojas  • Mark Makela - 8.dez.2018/Reuters
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A Saks Fifth Avenue e a Neiman Marcus estão se fundindo para criar um império de lojas de departamentos de luxo. E a Amazon quer ajudar.

O proprietário da Saks, HBC, anunciou um acordo na quinta-feira (4) para adquirir a Neiman Marcus por US$ 2,65 bilhões, estabelecendo um gigante de luxo chamado Saks Global, que possui as duas lojas de departamentos homônimas, a 5ª loja de descontos Saks Off e a sofisticada Bergdorf Goodman.

“Estamos entusiasmados por dar este passo para reunir estes nomes icónicos do luxo, Saks Fifth Avenue, Neiman Marcus e Bergdorf Goodman”, disse o CEO da HBC, Richard Baker, em um comunicado.

As duas empresas estão ligadas a negociações de fusão há anos, e o acordo dá-lhes mais poder para negociar com marcas de luxo por custos mais baixos.

A Saks possui 39 lojas, enquanto a Neiman Marcus, que pediu falência em 2020, possui 36 lojas. Neiman Marcus também é dona da Bergdorf Goodman.

Várias mudanças de liderança também foram anunciadas. O atual CEO da Saks.com, Marc Metrick, se tornará o CEO do negócio Saks Global.

O atual CEO da HBC Properties and Investments, Ian Putnam, se tornará CEO dos negócios de propriedades e investimentos da Saks Global.

Ambos se reportarão a Baker, que se tornará o presidente executivo da Saks Global.

A fusão significa que os negócios canadenses da HBC, que incluem as lojas de departamentos Hudson’s Bay e US$ 2 bilhões em propriedades em todo o país, operarão separadamente da Saks Global.

A unidade “estará bem posicionada para apoiar o crescimento futuro, ao mesmo tempo que continua a servir a sua leal base canadiana”, afirma o comunicado.

As cadeias estão respondendo às mudanças da indústria, incluindo o declínio dos grandes armazéns e o poder crescente das marcas de luxo.

Marcas como a LVMH, controladora da Louis Vuitton, estão crescendo e mudando sua estratégia de distribuição para vendas diretas ao consumidor, longe das lojas de departamentos.

A planeada fusão Saks-Neiman Marcus procura recuperar algum controle. Isso também vem na esteira da proposta da Tapestry, controladora da Coach, de comprar a Capri, proprietária de Michael Kors.

“Como uma entidade maior, o poder de negociação será um pouco melhor com as marcas, mas mesmo uma cadeia combinada não alcançaria o peso e o poder dos conglomerados globais de luxo, que ainda deteriam a maior parte do cartão”, Neil Saunders, analista na GlobalData Retail, disse em nota aos clientes na quarta-feira (3).

No entanto, o acordo da Saks poderá enfrentar o escrutínio regulatório.

A Comissão Federal de Comércio entrou com uma ação para bloquear a fusão da Tapestry com a Capri, dizendo que isso prejudicaria a concorrência.

“A fusão proposta ameaça privar milhões de consumidores americanos dos benefícios da competição direta entre Tapestry e Capri, que inclui concorrência em preços, descontos e promoções, inovação, design, marketing e publicidade”, afirmou a FTC.

A Amazon também está investindo na fusão, trabalhando com a Saks Global para “inovar em nome dos clientes e marcas parceiras após o fechamento da transação”, afirmou o comunicado.

A Amazon tentou crescer no varejo físico. Em 2022, abriu lojas de roupas Amazon Style em Glendale, Califórnia, e Columbus, Ohio, mas fechou-as no ano passado.

Saunders acrescentou que a participação da Amazon “faz sentido, já que tem ambições de atuar mais fortemente no setor de luxo e isso lhe daria uma posição segura”.

“No entanto, a verdadeira vitória aqui seria a capacidade da Amazon de agilizar a logística e o comércio eletrônico, dando à nova entidade uma vantagem em um mercado onde as compras remotas se tornaram mais importantes para os compradores – especialmente os mais jovens, o que ambas as redes precisam fazer mais para atrair”, disse ele.

Esse conteúdo foi publicado originalmente em
InternacionalVer original 
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