Mercado de acesso: País precisa de formação de base para empresas, diz Bee4
Em entrevista ao Capital Insights, Patricia Stille diz que agenda para desenvolvimento do segmento, que estava adormecida, deve acelerar com aprovação de nova regulamentação

Voltado para o desenvolvimento das pequenas companhias, o mercado de acesso é um segmento pelo qual as empresas precisam se apoiar antes de entrar no mercado tradicional, segundo Patricia Stille, co-fundadora e presidente da Bee4.
"A criação da Bee4 veio de uma urgência no Brasil para desenvolver esse mercado de acesso", relatou Stille em entrevista ao Capital Insights desta quinta-feira (17).
Parceria entre o CNN Money e a Broadcast, o programa entrevista semanalmente referências do mercado financeiro para discutir o cenário econômico do Brasil e do mundo. O Capital Insights vai ao ar toda quinta, às 19h, no CNN Money.
O segmento é voltado a permitir que empresas que já têm uma massa de faturamento anual consolidada, de pelo menos R$ 10 milhões até R$ 500 milhões, possam acessar o mercado de capitais, explicou Stille.
Ela pontuou que a Bee4 é complementar à B3, a bolsa brasileira. Indicou que o processo natural de uma PME (pequena média empresa) que abre capital na Bee4 é poder migrar para a bolsa de acordo com a evolução do porte, faturamento, patrimônio líquido.
Para aproximar essa questão da nossa realidade, a presidente da Bee4 faz uma analogia com o esporte nacional do Brasil.
"Precisa de formação de base, da mesma forma que no futebol a gente tem a formação de base para criar os jogadores profissionais, a gente precisa fomentar as companhias de menor porte [...] para formar as futuras grandes empresas brasileiras dos próximos anos."
Dentre as alternativas que podem ser perseguidas pelas empresas, Stille elenca emissões via dívida e emissões de ações.
Regulamentação
A agenda para o desenvolvimento de um mercado de acesso estava adormecida no Brasil, segundo a co-fundadora da Bee4, mas vai acelerar com uma nova regulamentação, publicada no início de julho e chamada Regime Fácil.
Stille explicou que a nova regulamentação reflete o que a Bee4 já vem operando e se inspira em outros mercados de acesso mais maduros no exterior.
Destacou, dentre os pontos que constituem o segmente, os descontos regulatórios para facilitar o desenvolvimento das empresas.
O Regime Fácil reduz documentação - exigindo, por exemplo, um menor número de formulários obrigatórios - e também diminui custos com assessoria jurídica.
Publicado por João Nakamura