Risco de faltar energia apaga vitória do BC no STF

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Finalmente podemos dizer que temos um Banco Central independente. Depois de tantos anos brigando para blindar a moeda contra a vontade política, a maioria do STF decidiu nesta quinta-feira (27) por manter a autonomia do banco.

Como disse William Waack na abertura do Jornal da CNN de quinta, a decisão não é mera formalidade. A mudança fez surgir o novo homem forte da república – o presidente do BC.

A lei garante a autonomia para tomar decisões que podem inclusive desagradar o governo, mas não garante a credibilidade da autoridade monetária.

Ao assumir o tamanho do papel que lhe cabe, o presidente do BC terá que fortalecer a percepção da sociedade sobre a separação que existe entre as relações de governo e a responsabilidade de preservar o poder de compra da renda dos brasileiros.

E o preço da energia continua quente na pauta. Após a fala polêmica "qual problema da energia ficar mais cara?", o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmou que a tarifa vai subir mesmo e pediu alguma modulação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela definição da tarifa.

Já o mercado na quinta não resistiu à piora do clima lá fora. Mesmo o governo não querendo assumir os maiores riscos que a seca pode gerar, os gestores e economistas sabem fazer conta e não foi difícil concluir que, para segurar inflação maior, o juro terá que ser mais severo.

Assim, a bolsa perdeu os 120 mil pontos, fechando em 118.851, e o dólar voltou para R$ 5,26.

Nesta sexta, a principal agenda econômica está nos Estados Unidos. Mais especificamente em Jackson Hole, onde ocorre o evento do banco central americano - virtual - e o mercado espera pelo discurso do presidente da instituição, Jerome Powell.

Neste episódio do podcast Abertura de Mercado, a comentarista de economia da CNN Thais Herédia ouve especialistas sobre esses e outros temas que mexem com a economia e influenciam o mercado.