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    Drama comovente, contido e real: o que esperar de “Ainda Estou Aqui”?

    Filme selecionado para representar o Brasil no Oscar 2025 estreia nesta quinta-feira (7); CNN já assistiu ao filme

    Flávio Pintocolaboração para a CNN

    Após meses de espera e grande expectativa, os brasileiros finalmente poderão conferir “Ainda Estou Aqui” nos cinemas. Anunciado em 2018 e filmado em 2023, a produção de Walter Salles percorreu o mundo ao longo deste ano, promovendo o cinema brasileiro em diversos países.

    O filme venceu prêmios no Festival de Veneza em 2024, foi exibido em Nova York e Toronto. O título também foi escolhido para representar o Brasil na disputa por uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Filme Internacional — uma conquista que o país não alcança há 25 anos, desde “Central do Brasil”, também de Salles.

    “Ainda Estou Aqui” trata-se da adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, conhecido pelo livro “Feliz Ano Velho” — um grande sucesso de vendas nos anos 1980. A história se passa na década de 1970, no período mais intenso da ditadura militar no Brasil, e acompanha a trajetória da família Paiva, composta por Rubens (interpretado por Selton Mello), Eunice (vivida por Fernanda Torres) e seus filhos.

    A vida da família se transforma completamente quando, em um dia fatídico, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e some sem deixar rastros. Eunice, que dedicará décadas em busca de respostas sobre o paradeiro do marido, precisa se reconstruir e traçar um novo caminho para si e para seus filhos. Saiba mais sobre a história.

    A CNN já assistiu ao filme e traz uma prévia do que esperar da produção.

    Alerta de spoiler: o texto a seguir contém spoilers do filme “Ainda Estou Aqui”.

    • Drama contido e comovente

    Diferente de outros dramas familiares, “Ainda Estou Aqui” se destaca pela sutileza. Embora contenha momentos de grande intensidade e cenas emocionantes, sua abordagem é delicada, sem exageros. A carga dramática, centrada no roteiro, é transmitida com cautela e sem apelos desnecessários.

    Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em "Ainda Estou Aqui"
    Fernanda Torres interpreta Eunice Paiva em “Ainda Estou Aqui” • Reproduzido por TMDB

    Embora o tema político e a ditadura militar tragam momentos de tensão, o filme nunca se desvia da proposta, evitando a dramaticidade excessiva de uma novela mexicana. O maior exemplo disso é em uma cena em particular, ambientada em uma sorveteria e marcada pelo silêncio, captura perfeitamente a essência do filme, retratando com força o drama de uma mãe que luta para sustentar sua família sozinha.

    • Atuação espetacular de Fernanda Torres

    Se o filme consegue transmitir emoções de forma contida, mas ainda assim poderosa, parte desse mérito certamente vai para Fernanda Torres. Para aqueles mais familiarizados com seus papéis como Vani, de “Os Normais”, ou Fátima, de “Tapas e Beijos”, “Ainda Estou Aqui” é um excelente lembrete de que Torres é uma das maiores atrizes brasileiras em atividade.

    Fernanda Torres em "Ainda Estou Aqui"
    Fernanda Torres é cotada para ser indicada ao Oscar de Melhor Atriz por “Ainda Estou Aqui” • Divulgação

    Filha de Fernanda Montenegro, Torres já dava sinais de seu talento nos anos 1980, quando conquistou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes por “Eu Sei que Vou Te Amar”. Em “Ainda Estou Aqui”, seu personagem é a alma e o coração do filme, e sua entrega em cena faz jus à magnitude e à complexidade da vida de Eunice Paiva.

    • Aula de história

    “Ainda Estou Aqui” faz um excelente trabalho de representação histórica. Para aqueles que não estão familiarizados com o conturbado período da ditadura militar, o filme oferece uma contextualização clara e acessível, sem soar como uma aula de história do ensino médio.

    Selton Mello em "Ainda Estou Aqui"
    Selton Mello interpreta o ex-deputado Rubens Paiva em “Ainda Estou Aqui” • Reprodução

    Os principais eventos são abordados de maneira precisa, como a Comissão da Verdade, o Ato Institucional n.º 5, as formas de tortura e o momento pós-ditadura no Brasil. Quem não tem um conhecimento profundo sobre o período será capaz de compreender facilmente, sem precisar perguntar ao vizinho de assento, enquanto quem já conhece a história poderá identificar facilmente os pontos abordados.

    Assista ao trailer de “Ainda Estou Aqui”

    “Ainda Estou Aqui” é escolhido para representar o Brasil no Oscar 2025

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