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Polícia alemã investiga Roger Waters por traje de estilo nazista em show

Internautas o defenderam dizendo que a apresentação era uma recriação de cenas satíricas do filme do álbum de sucesso da banda, "The Wall", uma crítica ao fascismo

Friederike Heine, da Reuters
Roger Waters durante show em Los Angeles, EUA
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A polícia alemã disse nesta sexta-feira (26) que iniciou uma investigação sobre o cofundador do Pink Floyd, Roger Waters, depois que ele usou um uniforme de estilo nazista no palco da Mercedes-Benz Arena, em Berlim.

O britânico de 79 anos não estava imediatamente disponível para comentar, mas internautas o defenderam dizendo que a apresentação era uma recriação de cenas satíricas do filme do álbum de sucesso da banda, "The Wall", uma crítica ao fascismo.

Imagens de um show em 17 de maio mostraram o famoso cantor e baixista em um casaco longo com braçadeiras brilhantes, apontando uma metralhadora falsa para o público.

A roupa incluía um emblema parecido com uma suástica feito de dois martelos cruzados - iconografia que também apareceu em figurinos no filme de 1982 estrelado pelo astro do rock que virou ativista Bob Geldof.

Símbolos, bandeiras e uniformes nazistas são proibidos na Alemanha. Waters está sendo investigado sob uma lei separada por suspeita de "incitação do povo", disse a polícia.

O traje usado por Waters "é considerado capaz de violar a dignidade das vítimas, bem como aprovar, glorificar ou justificar o governo violento e arbitrário do regime nazista de uma forma que perturba a paz pública", disse um porta-voz da polícia.

Outras cidades alemãs, incluindo Munique, Frankfurt e Colônia, tentaram cancelar os shows de Waters depois que grupos judaicos, incluindo o Conselho Central de Judeus, o acusaram de antissemitismo.

Nas redes sociais, Waters se pronunciou sobre o caso. Em publicação intitulada "Uma declaração de Roger Waters sobre a controvérsia em seu show de Berlim" (em tradução livre), ele alegou que sofreu "ataques de má-fé".

"Minha recente apresentação em Berlim atraiu ataques de má-fé daqueles que querem me caluniar e me silenciar por discordarem de minhas opiniões políticas e princípios morais", começou.

"Os elementos de minha performance que foram questionados são claramente uma declaração em oposição ao fascismo, injustiça e fanatismo em todas as suas formas. As tentativas de retratar isso como algo diferente são dissimuladas e motivadas politicamente. A representação de um fascista demagogo e desequilibrado tem sido uma característica dos meus shows desde “The Wall”, do Pink Floyd em 1980".

Passei minha vida inteira falando contra o autoritarismo e a opressão onde quer que eu os visse. Quando eu era criança, depois da guerra, o nome de Anne Frank era frequentemente falado em nossa casa, ela se tornou um lembrete permanente do que acontece quando o fascismo não é controlado. Meus pais lutaram contra os nazistas na Segunda Guerra Mundial, com meu pai pagando o preço final. Independentemente das consequências dos ataques contra mim, continuarei a condenar a injustiça e todos aqueles que a cometem", finalizou.

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