COB 'repudia' CBF e jogadores por não usarem agasalho de patrocinador no pódio 

Comitê olímpico afirmou que tomará medidas contra a entidade que controla o futebol brasileiro após o episódio na final do futebol em Tóquio

Daniel Fernandes*, da CNN, em São Paulo
Seleção Brasileira conquistou bicampeonato olímpico no futebol masculino
Atletas brasileiros foram ao pódio com agasalho de patrocinador do COB amarrado  • Foto: Andre Penner - 7.ago.2021/AP
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O Comitê Olímpico do Brasil (COB) afirmou, em nota divulgada no início deste domingo (8), que “repudia a atitude da CBF e dos jogadores da seleção de futebol durante a cerimônia de premiação do torneio masculino”, na qual os atletas brasileiros não usaram completamente o uniforme do COB utilizado por toda a delegação brasileira nas Olimpíadas de Tóquio.

A seleção foi ao pódio nas Olimpíadas de Tóquio com os agasalhos amarrados na cintura, por questão comercial. Isso porque a marca dos uniformes olímpicos -- a chinesa Peak -- difere da empresa que patrocina a seleção de futebol -- a norte-americana Nike.

Até o momento, apenas o time de futebol não usou o agasalho completo do patrocinador do COB no pódio.

“Após o encerramento dos Jogos, o COB tornará públicas as medidas que serão tomadas para preservar os direitos do Movimento Olímpico, dos demais atletas e dos nossos patrocinadores”, anunciou o comitê brasileiro em nota. 

Até o momento da publicação desta reportagem, a CBF não havia se manifestado sobre a nota do COB.

Atletas criticam atitude da seleção de futebol

Através das redes sociais, atletas de outras modalidades criticaram a atitude da seleção brasileira de futebol no pódio olímpico. 

No Twitter, o medalhista de bronze nos 50 metros livre da natação, Bruno Fratus, afirmou que os jogadores da seleção "estão completamente desconexos e alienados".

"A mensagem foi clara: não fazem parte do time e não fazem questão. Também estão completamente desconexos e alienados às consequências que isso pode gerar a inúmeros atletas que não são milionários como eles", escreveu o atleta na rede social.

Também medalhista olímpica, a nadadora Poliana Okimoto, que não participou das Olimpíadas de Tóquio, foi mais uma atleta a criticar publicamente a atitude dos jogadores brasileiros. Para ela, "o que o futebol fez em não vestir o uniforme oficial no pódio ficou feio pro Brasil".

"Um dos conceitos básicos do esporte é a disciplina, seguir as regras não deveria ser tão difícil. O que o futebol fez em não vestir o uniforme oficial no pódio ficou feio pro Brasil. A punição vai pro COB, não pra CBF", escreveu em seu perfil no Twitter.  

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Brasil também peitou o COI

Além do atrito com o COB por causa do uso do agasalho do patrocinador no pódio, a seleção também confrontou o Comitê Olímpico Internacional (COI), que permitia que apenas 18 atletas subissem ao pódio.

A seleção afirmou que só aceitaria participar da cerimônia se os 22 jogadores fossem autorizados. Foi o que aconteceu.  

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Foto: Fernando Vergara - 7.ago.2021/AP

Uma vez no pódio, os campeões olímpicos colocaram as medalhas uns nos outros, repetindo o que algumas duplas e equipes medalhistas fizeram ao longo dos Jogos. Com a pandemia, o protocolo manda que cada atleta pegue a sua medalha e coloque no próprio pescoço.

(*Com informações de Leandro Iamin, em colaboração para a CNN)

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