
Djokovic sente peso da idade e desabafa em Wimbledon: "A realidade bateu"
Aos 38 anos, sérvio é eliminado na semifinal por italiano 15 anos mais jovem e admite desgaste físico: “Entro em quadra com o tanque meio vazio”

Novak Djokovic admitiu que a realidade começou a pesar após não conseguir superar a diferença de 15 anos de idade na semifinal de Wimbledon, nesta sexta-feira (11), ao ser derrotado com autoridade pelo italiano Jannik Sinner.
Um dos marcos que ele tentava alcançar em sua extensa lista de feitos, nesta que é sua 20ª participação em Wimbledon, era se tornar o jogador mais velho a conquistar um título de Grand Slam em simples.
Mas, aos 38 anos, até mesmo um tenista que tantas vezes pareceu sobre-humano ao somar 24 troféus de Grand Slam mostrou os sinais da idade na derrota por 6-3, 6-3 e 6-4.
Djokovic reconheceu que não estava em plena forma após sofrer uma queda no fim do jogo anterior contra Flavio Cobolli.
Ainda assim, mesmo sem o desgaste acumulado de uma quinzena longa e quente, provavelmente teria sido dominado pela potência e precisão implacáveis do jogo de Sinner, de 23 anos.
“Para ser honesto, não foi uma sensação agradável em quadra. Não quero entrar em detalhes sobre a lesão nem reclamar por não ter conseguido jogar meu melhor”, declarou o heptacampeão de Wimbledon.
“Quero parabenizar o Jannik pela grande atuação. Ele está na final. Foi forte demais.”
Djokovic é o último representante ativo do grupo que dominou o tênis nos últimos 20 anos, o “Big Four”, após as aposentadorias de Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray. Neste ano, ele manteve o alto nível, chegando às semifinais em todos os Grand Slams.
Abandono e derrotas dolorosas
O sérvio se retirou lesionado contra Alexander Zverev na Austrália, perdeu para Sinner em sets diretos em Roland Garros e sofreu um revés ainda mais contundente nesta sexta-feira em Londres.
Djokovic também disputou as duas últimas finais em Wimbledon, sendo derrotado nas duas por Carlos Alcaraz.
Seu último título de Grand Slam foi em 2023, quando venceu na Austrália, em Roland Garros e no US Open. Desde então, o tempo tem cobrado seu preço.
“É a idade, o desgaste do corpo. Por mais que eu cuide bem dele, a realidade me atingiu neste último ano e meio como nunca antes”, disse Djokovic, que venceu apenas o ouro olímpico em Paris e um torneio menor em Genebra nesse período.
“Esses caras são jovens, rápidos, estão em ótima forma. Sinto que entro em quadra com o tanque meio vazio. Não dá para vencer um jogo assim. É uma daquelas coisas que preciso aceitar e lidar com a realidade como ela é, tentando tirar o máximo possível dela.”
Mesmo pressionado, Djokovic foi apoiado pelo público da Quadra Central, com gritos de “Nole, Nole” enquanto tentava resistir. E, para alívio dos fãs, ele deixou claro que ainda não pensa em aposentadoria.
“Espero que esse não tenha sido meu último jogo na Quadra Central. Não planejo encerrar minha carreira em Wimbledon hoje”, afirmou.
“Pretendo voltar pelo menos mais uma vez, jogar novamente nessa quadra com certeza. Neste momento, ainda estou muito fresco da partida, é difícil ter uma visão ampla e dizer qual é o plano para os próximos meses ou para o ano. Ainda sinto que jogo meu melhor tênis nos Grand Slams. São os torneios que mais importam para mim nesta fase da carreira.”
Questionado sobre a crescente rivalidade entre Alcaraz e Sinner, Djokovic concluiu: “A expectativa para essa final é enorme. Eles estão claramente vários níveis acima dos demais no momento.”