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Tênis: jogadores e sindicato denunciam "sistema corrupto" na ATP e WTA

Grupo afirma que atuais condições exploram o talento, suprimem a renda e colocam a saúde e segurança dos jogadores em risco; entidades se manifestaram sobre acusações

Lucas Sanches, da Itatiaia
Sindicato de Djokovic processa entidades do tênis por práticas anticompetitivas
Sindicato de Novak Djokovic processa entidades do tênis por sistema corrupto, ilegal e abusivo  • 23/1/2024 REUTERS/Eloisa Lopez
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Um grupo de 20 tenistas e um sindicato profissional denunciaram órgãos reguladores de tênis nesta terça-feira (18), com acusações de promover um “sistema corrupto, ilegal e abusivo”. Dentre as entidades citadas, estão a ATP (Associação de Tenistas Profissionais) e WTA (Associação de Tênis Feminino), as principais do esporte.

O sindicato em questão é a Associação de Jogadores de Tênis Profissionais (PTPA), cofundada pelo sérvio Novak Djokovic e pelo canadense Vasek Pospisil. Eles se uniram aos 20 atletas e “iniciaram uma série de ações legais nos Estados Unidos, no Reino Unido e na União Europeia contra os órgãos reguladores do esporte”, como escrito em comunicado.

Além da ATP e da WTA, que administram os circuitos masculino e feminino, respectivamente, a Federação Internacional de Tênis (ITF) e a Agência Internacional de Integridade do Tênis (ITIA) também estão sendo alvo das ações. Para o diretor-executivo da PTPA, Ahmad Nassar, “o tênis está quebrado”.

“Os jogadores estão presos em um sistema injusto que explora seu talento, suprime sua renda e coloca em risco sua saúde e segurança. Esgotamos todas as opções de reforma por meio do diálogo”, afirmou Nassar.

Em comunicado de resposta, a ATP acusou a PTPA de “escolher sistematicamente a divisão e a desinformação”.

“Cinco anos após sua criação, em 2020, a PTPA tem dificuldades para desempenhar um papel significativo no tênis. Sua decisão de iniciar processos judiciais não é, portanto, surpreendente”, diz a nota. “Rejeitamos firmemente as alegações da PTPA e defenderemos vigorosamente nossa posição”, concluiu.

A WTA, por sua vez, chamou o processo de “lamentável” e também prometeu responder “vigorosamente”.

Horas depois, a ITIA emitiu declaração, destacando apenas que está ciente da ação. “Continuaremos recebendo positivamente as oportunidades de intercâmbio com outras partes interessadas em nosso esporte, incluindo jogadores, para aumentar a confiança nos programas antidoping e anticorrupção no tênis”, disse a agência. Até o momento, a ITF não comentou o caso.

Dentre os nomes que aderiram ao processo mundo afora, estão o australiano Nick Kyrgios, a francesa Varvara Gracheva e o americano Reilly Opelka (nos Estados Unidos); e o francês Corentin Moutet e o japonês Taro Daniel (no Reino Unido).

Os denunciantes apontam “um calendário insustentável”, com torneios em disputa 11 meses por ano, e um “desprezo pelos jogadores”, obrigados a “suportar jogos que terminam às três da manhã". Os tenistas devem “jogar com bolas diferentes de uma semana para outra”, o que leva a lesões crônicas “no pulso, no cotovelo e no ombro”, segundo eles.

Além disso, os jogadores estariam sujeitos a exames antidoping aleatórios no meio da noite e a interrogatórios sem advogado para defendê-los, acrescentam os denunciantes.

“Os jogadores atuais e as próximas gerações merecem algo melhor. Não desistiremos até que haja uma mudança real”, conclui a nota da PTPA.

Esse conteúdo foi publicado originalmente em
ItatiaiaVer original 
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