Brasileiras se impõem contra as russas e estão na semifinal do vôlei feminino

Levantadora Macris, que vem de uma lesão durante os Jogos, foi grande nome do jogo e comandou a vitória brasileira por 3 sets a 1

Douglas Vieira, colaboração para CNN
Fe Garay, do Brasil, corta em cima das russas nas quartas de final do vôlei femi
Fe Garay, do Brasil, corta em cima das russas nas quartas de final do vôlei feminino  • Foto: Manu Fernandez - 4.ago.2021/AP
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 A história de Brasil e Rússia no vôlei feminino tem dois jogos que entraram para a história dos Jogos neste século, com viradas espetaculares e uma vitória para cada lado - as russas levaram a melhor em Atenas-2004, as brasileiras venceram em Londres-2012. Neste de hoje, pelas quartas de final das Olimpíadas de Tóquio, deu Brasil: 3 sets a 1, com parciais de 23-25, 25-21, 25-19, 25-22). 

O jogo começou nervoso para a seleção brasileira e o Comitê Olímpico Russo abriu rapidamente 4 a 0 no placar. Só então o Brasil conseguiu movimentar o placar pela primeira vez, com Tandara, e equilibrar o jogo.

As defesas se destacam dos dois lados e a líbero Camila Brait se destaca do lado brasileiro. O ataque russo começa muito forte, Nos contra-ataques, a diferença diminui para um ponto, 12 a 11. As brasileiras encostam, mas o empate não vem e o Comitê Olímpico Russo volta a abrir quatro pontos, 17 a 13. Essa será a tônica de todo o primeiro set.

A essa altura, a levantadora Roberta procura bastante Fernanda Garay, atacante com o melhor aproveitamento nas Olimpíadas, e Gabi, ponteira que também tem figurado com destaque entre as pontuadoras, chama bastante o jogo. Mas a bola não cai facilmente.

Macris, levantadora titular que se recupera de lesão no tornozelo, vem pro jogo, iniciando um revezamento com Roberta. A ideia é manter a rede alta para buscar mais altura no bloqueio, com a central Carol marcando três pontos no fundamento. E também é preciso dar ritmo para Macris, que era até a lesão peça fundamental da boa campanha brasileira nas Olimpíadas. Está claro que José Roberto Guimarães precisa dela em quadra.

Com Macris, o Brasil melhorou, chegou, mas não foi suficiente para virar. As russas fecham o primeiro set em 25 a 23.

Nervosismo troca de lado

A segunda parcial começa com o Comitê Olímpico Russo fazendo de novo o primeiro ponto, mas dessa vez elas não conseguem abrir vantagem. As duas seleções trocam pontos e, no 3 a 2, pela primeira vez as brasileiras estão na frente do placar, o que se repete no 4 a 3. O técnico russo percebe o momento bom das adversárias e para o jogo. 

A estratégia funciona e elas viram a partida para 7 a 3, voltando à liderar o placar, abrindo uma vantagem confortável que chega a 6 pontos, 15 a 9 no placar. Fernanda Garay, Tandara e Gabi são as mais acionadas, mas as brasileiras têm muita dificuldade de colocar a bola no chão - a líbero russa Podkopaeva se destaca com grandes defesas. 

É quando Carol, que já havia se destacado no bloqueio no fim do primeiro set, aparece de novo no fundamento. A diferença cai para um ponto. A essa altura, ela é a principal pontuadora do Brasil, com 4 pontos no bloqueio e 5 no ataque. O jogo segue nervoso para as brasileiras, que chegam, empatam em 17 a 17 e passam à frente com Carol Gattaz.

Neste momento, o nervosismo parece passar para o outro lado. A diferença se mantém até o final e as brasileiras fecham a parcial em 25 a 21, em contra-ataque convertido por Gabi, que cresce na partida - era o 10º ponto dela no jogo. 

Brasil vira para 2 sets a 1

O terceiro set começa novamente com as russas marcando o primeiro ponto, mas agora o jogo é outro e Macris foi fundamental para a mudança.

Com a levantadora em quadra, a central Carol Gattaz, por exemplo, que não tinha aparecido muito, aparece com destaque no jogo - no 9 a 7, ela já tem 5 pontos no ataque, 1 no bloqueio e 2 pontos marcados no saque. 

As brasileiras conseguem abrir uma vantagem que chega a 5 pontos. É a vez das russas encostarem. A partida é novamente equilibrada até o 18-17, vantagem de um ponto para o Brasil, mas, a partir daí, as russas não conseguem mais encostar e o Brasil fecha a parcial em 25 a 19.

Macris é o nome do jogo

As brasileiras voltam tranquilas no quarto set -- são as russas que precisam ganhar para não serem eliminadas dos Jogos de Tóquio. O set começa novamente equilibrado, mas o Brasil se mantém à frente e parece encaminhar a vitória.

Brasileira Rosamaria grita e gesticula em jogo de vôlei, com a rede ao fundo
Rosamaria entrou no jogo no segundo set e foi uma das responsáveis, ao lado de Macris, por virar o jogo para o Brasil contra o Comitê Olímpico Russo
Foto: AP Photo/Manu Fernandez

Já faz tempo, porém, que os jogos entre brasileiras e russas no vôlei feminino são marcados por recuperações incríveis e, no 15-14 para as brasileiras, é a vez do Comitê Olímpico Russo encostar e assumir a liderança do placar. Elas abrem dois pontos, mas estar atrás do placar não desespera o Brasil, que mantém a concentração e não deixa o Comitê Olímpico Russo abrir.

A levantadora Macris se impõe como grande nome da partida. É dela, no saque, o ponto que devolve a vantagem ao Brasil, 20 a 19.

Rosamaria foi fundamental

Além da distribuição de bolas, Macris é uma das grandes líderes do time em quadra. A distribuição de jogo dela mostra todo o volume do jogo ofensivo brasileiro, grande destaque da equipe nas Olimpíadas. 

Garay e Gabi, as ponteiras que geralmente aparecem como as bolas de segurança do Brasil, dividem o protagonismo na pontuação com as centrais Carol, Carol Gattaz. Do lado russo, Fedorovtseva e Voronkova têm, respectivamente, impressionantes 20 e 18 pontos. As opções de Macris são mais variadas e essa é a diferença no jogo.

Rosamaria, que veio muito bem do banco no segundo set, começou a terceira parcial no sexteto titular e seguiu no jogo até o final e, ao lado de Macris, foi uma das grandes responsáveis pela mudança no jogo e a virada brasileira. Ela terminou o jogo com 16 pontos, apenas dois a menos que Gabi, maior pontuadora brasileira nas quartas de final. A quarta parcial fechou em 25-22.

As brasileiras estão na semifinal, as russas se despedem de Tóquio. 

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