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    Afeganistão é dependente crônico de ajuda externa, explica professor da UFU

    Aureo Toledo explicou como após 20 anos de ocupação dos Estados Unidos na região, o Talibã conseguiu tomar o poder

    Produzido por Vinícius Tadeu*, da CNN em São Paulo

    Os integrantes do Talibã conseguiram em duas semanas o controle de quase todo o território do Afeganistão, e a capital Cabul foi tomada neste domingo (16).

    Em entrevista à CNN, Aureo Toledo, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), explicou como após 20 anos de ocupação dos Estados Unidos e de forças militares de países mais desenvolvidos na região, o grupo conseguiu tomar o poder.

    “O exército afegão, de mais de 300 mil homens, além de custar caro, quem o financiou foram os Estados Unidos, e o financiamento do exército afegão depende de dinheiro externo porque o país não tem receita própria para custear. Então, boa parte dos investimentos que o Afeganistão faz é com ajuda externa, [o que torna] um país totalmente dependente”, explicou Toledo.

    O professor também esclareceu que, como o país é tão dependente de outras nações, inclusive dos Estados Unidos, e esta ajuda é completamente flutuante, a situação da região não consegue melhorar. 

    “No caso do exército, se você o constrói apenas com ajuda externa, acaba sendo impossível de ser sustentado, e um segundo ponto é que todo esse treinamento de exército vem de fora, pois custa muito para o governo afegão.”

    Toledo disse ainda que durante 20 anos os Estados Unidos garantiram que levaria democracia e economia orientada do mercado ao Afeganistão. “Tudo isso era uma promessa após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, e isso não foi entregue”, lembrou.

    Fotos – imagens da crise no Afeganistão

    “E com todo esse processo de reconstrução não sendo entregue, porque a opção dos Estados Unidos foi fazer a militarização do processo, a reconstrução acabou ficando em um segundo plano. Então, você teve uma militarização muito grande e uma exclusão de atores políticos importantes no processo de paz, e o Talibã foi um deles. O Talibã tem que pagar pelos crimes que cometeu ao longo do período de 1996 a 2001, porém é um grupo que tinha um apoio relevante na sociedade.”

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