Chile tem eleição mais decisiva dos últimos anos, diz professora

Candidato de extrema direita e outro da esquerda lideram as pesquisas de intenção de voto

Ludmila Candal e Zeinab Bazzi, da CNN
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Neste domingo (21), a população do Chile vai às urnas para definir seu próximo presidente em uma disputa acirrada.

A eleição coloca dois projetos em disputa e é considerada uma das eleições mais decisivas do país nos últimos anos. Um candidato de extrema direita e outro da esquerda lideram as pesquisas de intenção de voto e a maioria dos institutos prevê segundo turno em dezembro.

À direita, está José Antonio Kast, católico de 55 anos e pai de 9 filhos, que prometeu reprimir o crime e elogiou o legado econômico neoliberal do ex-ditador Pinochet.

Já Gabriel Boric, de 35 anos, que liderou os protestos estudantis no país exigindo melhorias no sistema educacional, prometeu acabar com o modelo econômico vigente – enquanto reforça proteções ambientas e os direitos indígenas.

A eleição acontece, também, em meio a um contexto conturbado logo após o atual presidente Sebástian Piñera ter sobrevivido a uma segunda tentativa de impeachment.

Carolina Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp, o movimento da oposição reflete o descontentamento que há em relação a Piñera. “Ele tem sido apontado o pior presidente da história dos últimos anos do Chile, então não é pouca coisa”, diz. “Quem sai muito derrotado desse processo é o próprio Sebástian Piñera”.

Carolina Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp (21.nov.2021)
Carolina Pedroso, professora de Relações Internacionais da Unifesp (21.nov.2021)

“Surgem duas alternativas muito diferentes: de um lado Kast, que vem de uma tradição de resgatar as heranças da ditadura do Pinochet. De outro lado, a gente tem o candidato de esquerda, que rejeita essa herança do governo do Sebástian Piñera, do neoliberalismo”, acrescenta.