Coreia do Sul e UE condenam envio de tropas norte-coreanas à guerra entre Rússia e Ucrânia
Em nota conjunta, Seul e a União Europeia exigiram o fim da "cooperação militar ilegal" entre Moscou e a Coreia do Norte
A Coreia do Sul e a União Europeia condenaram nesta segunda-feira (4) o fornecimento de armamento da Coreia do Norte a Moscou e exigiram que o país retire as tropas norte-coreanas da guerra que a Rússia trava com a Ucrânia.
A União Europeia e a Coreia do Sul realizavam sua primeira reunião de “Diálogo Estratégico” logo após Washington e Seul terem soado o alarme sobre a Coreia do Norte enviando soldados para ajudar a Rússia.
Em uma declaração conjunta, o chefe de política externa da UE, Josep Borrell, e o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Sul, Cho Tae-yul, condenaram as “transferências ilegais de armas da Coreia do Norte para a Rússia para seu uso no ataque à Ucrânia”.
Eles exigiram o fim da “cooperação militar ilegal” e a retirada das forças norte-coreanas. Borrell também se encontrou com o ministro da Defesa da Coreia do Sul, Kim Yong-hyun.
“A agressão da Rússia contra a Ucrânia é uma ameaça existencial”, disse Borrell em uma publicação no X que incluía uma foto dele apertando a mão de Kim. “A República da Coreia está melhor posicionada para entender isso. Estamos unidos em nosso apoio à Ucrânia. Eu os encorajei a intensificar isso.”
Os dois países também assinaram uma parceria de segurança e defesa abrangendo 15 áreas, incluindo segurança cibernética e desarmamento.
Cho disse na semana passada, quando perguntado se Seul poderia enviar armas para a Ucrânia em resposta à Coreia do Norte ajudando a Rússia, que todos os cenários possíveis estavam sob consideração,
A Coreia do Sul forneceu ajuda não letal à Ucrânia, incluindo equipamento de remoção de minas, mas rejeitou pedidos de armas.
Seul espera que a Coreia do Norte seja compensada por Moscou com tecnologia militar e civil, enquanto corre para lançar um satélite espião e atualizar suas capacidades de mísseis.
Na semana passada, a Coreia do Norte flexionou sua força militar com o teste de um enorme novo míssil balístico intercontinental de combustível sólido apelidado de Hwasong-19.
Washington espera que as tropas norte-coreanas na região de Kursk, na Rússia, parte da qual foi tomada pela vizinha Ucrânia, entrem na luta contra as forças ucranianas em breve, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, na semana passada.
Em negociações em Moscou na sexta-feira (1º), a ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son Hui, disse que seu país apoiaria a Rússia até que ela alcançasse a vitória na Ucrânia.