Em retorno da esquerda ao poder, Luis Arce toma posse como presidente da Bolívia

Em outubro do ano passado, uma eleição acirrada levou a protestos e à queda do ex-presidente do país, Evo Morales

Carolina Figueiredo*,
Luis Arce (no centro, de óculo) comemora anúncio de vitória nas eleições bolivia
Luis Arce (no centro) comemora após anúncios preliminares de vitória nas eleições bolivianas  • Foto: Twitter/ Reprodução
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O socialista Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo), tomou posse como presidente da Bolívia neste domingo (8), em um evento que encerra um período tumultuoso para a política do país e marca o retorno da esquerda ao poder.

Em outubro do ano passado, uma eleição acirrada levou a protestos e à queda do ex-presidente do país e líder do MAS, Evo Morales. Após a saída de Morales, Jeanine Añez, uma ex-senadora conservadora, assumiu a presidência interina.

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Em seu discurso de posse, Arce falou sobre a recuperação da economia boliviana, que atualmente enfrenta uma recessão profunda e que, no primeiro semestre de 2020, registrou uma queda de 11,1%.

“O desemprego, a pobreza e as desigualdades aumentaram, temos pela frente o grande desafio de reconstruir nossa economia, de gerar certeza, de gerar crescimento com redistribuição de renda, de reduzir as desigualdades econômicas e sociais”, disse o presidente eleito.

O novo vice-presidente, David Choquehuanca, também tomou posse neste domingo.

O ato de posse ocorreu na Assembleia Legislativa Boliviana, e contou com a presença do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, da Argentina, Alberto Fernández, e da Colômbia, Iván Duque Márquez. O chanceler do Chile e o presidente dos Ministros do Peru também estavam presentes. Além disso, a cerimônia contou com a presença do Rei Felipe VI da Espanha.

Também assistiram à cerimônia altos funcionários do Irã e do governo da Venezuela.

Morales não compareceu à cerimônia, mas deve retornar à Bolívia na segunda-feira (9), segundo a Agência Boliviana de Informação.

Quem é Luis Arce

O modesto ex-ministro da Economia, aclamado como o arquiteto do rápido crescimento da Bolívia sob o governo Morales, chega ao poder tentando curar as divisões de uma crise política e da pandemia do coronavírus.

O país continua enfrentando tensões, especialmente devido às mudanças feitas pelo congresso controlado pelos socialistas para reduzir a maioria necessária para aprovar novas leis e o retorno planejado de Morales do exílio na Argentina.

Arce, que foi escolhido pessoalmente por Morales e é um aliado próximo, disse que o ex-presidente não terá nenhum papel em seu governo.

Como Ministro da Economia, Arce promoveu a nacionalização de setores estratégicos como hidrocarbonetos e energia. Também impulsionou a produção nacional com investimentos públicos e subsídios. Isso ajudou a Bolívia a crescer a uma das taxas mais rápidas da América Latina.

*Com informações da Agência Boliviana de Informação 

(*Sob supervisão de André Rigue)

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