Israel é alvo da maior ação militar contra o país desde a guerra do Yom Kippur
Primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse que o país está “em guerra” após o ataque surpresa
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Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã deste sábado (7) • CNN
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Foguetes disparados por palestinos em resposta aos ataques aéreos israelenses durante uma operação em Gaza • Anadolu Agency via Getty Images
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Danos causados por um ataque de foguetes vindo de Gaza por militantes palestinos do Hamas neste sábado (7) • Ilia Yefimovich/picture Alliance via Getty Images
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Pessoas tentam apagar o fogo em carros após um ataques de mísseis vindos de Gaza neste sábado (7) • Ilia Yefimovich/picture Alliance via Getty Images
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Membros do Corpo de Bombeiros de Israel tentam extinguir o fogo em carros após ataques com foguetes vindo de Gaza • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Imprensa tira fotos de uma ambulância danificada em um ataque do exército israelense enquanto os confrontos entre facções palestinas e as forças israelenses continuam em Khan Yunis, Gaza • Abed Zagout/Anadolu Agency via Getty Images
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Danos causados por um ataque de foguetes de Gaza. Militantes palestinos em Gaza dispararam inesperadamente dezenas de foguetes contra alvos israelenses na manhã deste sábado (7) • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Policiais israelenses se protegem atrás de um muro durante ataques com foguetes vindo de Gaza • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Oficiais israelenses caminham ao lado de uma casa destruída durante um ataque de foguete vindo de Gaza • Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Forças israelenses entram em confronto com palestinos perto da fronteira Israel-Gaza em Sderot, Israel • Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
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Veículo militar israelense é apreendido pelos palestinos enquanto os confrontos entre grupos palestinos e as forças israelenses continuam em Gaza • Mustafa Hassona/Anadolu Agency via Getty Images
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Militantes seguram uma bandeira da Palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza • Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Membros palestinos das Brigadas Ezz Al-Din Al Qassamque, a ala militar do Hamas, queimam veículos blindados militares pertencentes às forças israelenses perto da Faixa de Gaza • Ashraf Amra/Anadolu Agency via Getty Images
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Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia • Anadolu Agency via Getty Images
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Pessoas avaliam a causa da destruição causada pelos ataques aéreos israelenses na Cidade de Gaza • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Militantes palestinos iniciaram uma “guerra” contra Israel, na qual se infiltraram por ar, mar e terra a partir da Bloqueada Faixa de Gaza, disseram autoridades israelenses • Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
O Israel foi alvo neste sábado (7) da maior ação militar executada contra o país desde a guerra do Yom Kippur, na década de 1970. A ofensiva deste fim de semana foi comandada pelo grupo islâmico extremista Hamas.
Após o ataque, o exército de Israel reagiu e preparou uma contraofensiva. Somados, tanto a ofensiva do Hamas quanto a resposta israelense deixaram ao menos 532 mortos e 1.697 feridos, informou o Ministério da Saúde palestino.
O ataque aconteceu “sábado da paz”, quando os judeus descansam após seis dias de trabalho, e é considerada data “sagrada” no judaísmo. Os bombardeios também aconteceram horas depois do último dia da celebração judaica Sucot.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está “em guerra” após o ataque surpresa do Hamas. “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra”, disse Netanyahu numa mensagem de vídeo.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, sustentou a posição de Netanyahu e disse que Israel “vencerá esta guerra” contra o Hamas, horas depois de o grupo lançar foguetes e enviar soldados para o território israelense.
“O Hamas cometeu um grave erro esta manhã e lançou uma guerra contra o Estado de Israel. As tropas das FDI [Forças de Defesa de Israel] estão lutando contra o inimigo em todos os locais. Apelo a todos os cidadãos de Israel para que sigam as instruções de segurança. O Estado de Israel vencerá esta guerra.”
Diante da situação, a população de Israel está amedrontada e assustada. Sem toque de recolher oficial, a Defesa Civil do país vem pedindo que as pessoas não saiam de casa.
Além disso, sirenes soam quando há bombardeios, alertando para que o cidadãos se direcionem para bunkers, onde podem se abrigar com segurança.
Militares do Hamas com roupas do exército de Israel
Em entrevista à CNN, o brasileiro Roberto Harari, que mora em Israel com esposa e filhos, disse que militares do Hamas usavam roupas do exército israelense quando cometeram os ataques ao país.
“A informação é que 200 a 300 terroristas entraram em Israel na madrugada. Esse é um dos motivos de medo que a gente tem aqui. Eles entraram aqui com uniforme do exército de Israel, bateram nas portas das pessoas. As pessoas abriram porque acharam que era o exército de Israel. E eles mataram essas pessoas a sangue-frio, sequestraram outros, na frente dos filhos, na frente dos pais, como terroristas do Hamas costumam fazer”, disse.
“Ataque suicida”
O ataque do Hamas em Israel é suicida para os líderes do grupo, afirmou Ian Bremmer, cientista político americano especializado em política externa dos Estados Unidos e presidente da Eurasia Group, a maior agência de consultoria de risco político do mundo.
“Já há ataques aéreos começando em Gaza nessa direção. Haverá guerra terrestre. Provavelmente haverá ocupação de longo prazo de Israel, um esforço para desarmar as milícias do Hamas, um desejo dos israelenses de paralisar e erradicar a ameaça contra Israel”.
Para Bremmer, Israel tem a posição geopolítica mais forte que já teve em décadas, o que fará com que a resposta militar seja muito forte contra o Hamas.
Falhas na inteligência
Embora Israel não seja estranho aos ataques terroristas, o ataque do sábado foi sem precedentes – sobretudo devido à falta de aviso.
Os militares de Israel foram pegos de surpresa, apesar de décadas em que o país se tornou uma potência tecnológica que ostenta uma das forças armadas mais impressionantes do mundo e uma agência de inteligência de primeira linha.
“Todo o sistema falhou. Não é apenas um componente. É toda a arquitetura de defesa que evidentemente falhou em fornecer a defesa necessária aos civis israelenses”, disse Jonathan Conricus, antigo porta-voz internacional das Forças de Defesa de Israel.
Para Ian Bremmer, cientista político americano especializado em política externa dos Estados Unidos, as falhas no sistema de defesa teriam sido provocadas, de forma ampla, pela crise interna que Israel enfrenta.
“A reforma judicial, como é chamada, que Netanyahu tem promovido, levando a manifestações sem precedentes em todo o país, manifestações pacíficas, mas envolvendo grande parte do país há meses, distraiu a inteligência israelita”, disse.
“Também distraiu os militares israelitas, muitos dos quais disseram que não estavam dispostos a servir nas forças armadas se a reforma judicial prosseguisse”.
Outro ponto que, segundo Bremmer, faz parte da crise interna é a campanha de expansão da coalizão de extrema direita do presidente Benjamin Netanyahu sobre os assentamentos israelenses na Cisjordânia, o que teria provocado reação violenta de palestinos.
“Muitas das forças de defesa israelenses estavam focadas na Cisjordânia, estavam focadas nos territórios ocupados e na segurança da fronteira. Eles retiraram muitas das tropas do foco do sul israelense e de Gaza. Então, claramente, os israelenses tiraram os olhos da bola”, concluiu.
“Este é um enorme fracasso da inteligência e da defesa para Israel e, especificamente, para Netanyahu. Eles eram vistos como o padrão ouro em vigilância, em coleta de inteligência, em segurança de fronteiras, especialmente quando falamos sobre as populações palestinas. E agora assistem palestinos armados abatendo civis em cidades israelenses e levando reféns de volta para Gaza”.
VÍDEO – Imagens mostram destruição de ataques em Israel
Entenda o conflito
De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), o ataque partiu da Faixa de Gaza. Mais cedo, o comandante militar do Hamas, Muhammad Al-Deif, divulgou uma mensagem gravada anunciando a operação “Tempestade Al-Aqsa”, na qual diz que o grupo militante palestino “alvejou as posições inimigas, aeroportos e posições militares [de Israel]” com milhares de foguetes.
Hamas declara guerra contra Israel: “Se você tem uma arma, é hora de usá-la”
- Muhammad Al-Deif convocou um levante geral contra Israel em mensagem gravada neste sábado e declarou: “Se você [Israel] tem uma arma, use-a. Esta é a hora de usá-la – saia com caminhões, carros, machados. Hoje começa a melhor e mais honrosa história”.
- O chefe do grupo palestino disse que o ataque a Israel foi uma resposta aos ataques às mulheres, à profanação da mesquita de al-Aqsa e ao cerco de Gaza.
- Al-Deif apelou aos povos árabes e islâmicos para que viessem à “libertação de al-Aqsa”, a mesquita em Jerusalém
- As FDI afirmam que o Hamas fez reféns e prisioneiros de guerra desde que lançou o seu ataque surpresa na manhã deste sábado (7). Em vídeos geolocalizados e autenticados pela CNN, o Hamas parece ter feito prisioneiros israelenses dentro e perto de Gaza, incluindo soldados de Israel.
- Num dos vídeos, em Gaza, uma mulher descalça é puxada de um jipe por um homem armado e depois forçada a sentar-se no banco de trás do carro.”Estamos em guerra”, diz premiê israelense
- Seu rosto está sangrando e seus pulsos parecem amarrados atrás das costas. O jipe também parece ter uma placa das FDI, sugerindo que pode ter sido roubado e trazido para Gaza.
- Outro vídeo, que parece mostrar militantes do Hamas levando vários israelenses como prisioneiros, foi geolocalizado pela CNN em Be’eri, no sul de Israel, que é uma vila perto de Gaza.
- Num outro conjunto de vídeos geolocalizados e autenticados, o Hamas parece estar capturando soldados israelenses.
- O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país está “em guerra” após o ataque surpresa do Hamas na manhã deste sábado.
- “Cidadãos de Israel, estamos em guerra – não numa operação, não em rondas – em guerra”, enfatizou Netanyahu numa mensagem de vídeo.
- O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, sustentou a posição do premiê e afirmou que Israel “vencerá esta guerra” contra os militantes palestinos.
- “O Hamas cometeu um grave erro esta manhã e lançou uma guerra contra o Estado de Israel. As tropas das FDI estão lutando contra o inimigo em todos os locais. Apelo a todos os cidadãos de Israel para que sigam as instruções de segurança. O Estado de Israel vencerá esta guerra”.
*Publicado por Pedro Jordão, da CNN em São Paulo