Jordânia: Ex-conselheiro e primo do rei são condenados a 15 anos por conspiração

Em abril, autoridades do país prenderam mais de 10 pessoas por conspirar contra o reino em plano que seria encabeçado por ex-príncipe herdeiro

Jomana Karadsheh e Jassar Al-Tahat, da CNN
Bassem Awadallah, ex-chefe da corte real da Jordânia
Bassem Awadallah, ex-chefe da corte real da Jordânia, foi condenado a 15 anos por conspirar contra o reino  • Foto: Reprodução/Reuters
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Um dos principais ex-conselheiros do rei da Jordânia e um membro da família real do país foram condenados a 15 anos de prisão durante um julgamento histórico centrado no ex-príncipe herdeiro Hamzah bin al-Hussein.

Bassem Awadallah, um cidadão jordaniano-norte-americano e ex-chefe da corte real da Jordânia, e Sharif Hassan bin Zaid, um primo distante do rei, foram considerados culpados por incitação contra o estado e por promover desordem pública. Sharif Hassan também foi considerado culpado por envolvimento com drogas.

Awadallah, ex-ministro das finanças, também é assessor do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Após sua prisão durante uma operação em abril, a Arábia Saudita enviou uma delegação chefiada pelo ministro das Relações Exteriores Faisal bin Farhan a Amã. Tanto o governo saudita quanto o jordaniano, aliados importantes da região, negaram que a reunião tenha relação com Awadallah.

Mais de uma dúzia de pessoas foram presas pelas autoridades jordanianas, que afirmaram frustrar uma tentativa de "desestabilizar" o reino. As autoridades alegaram que o príncipe Hamzah, um popular membro da realeza, liderou o plano e conspirou com entidades estrangeiras.

Hamzah, que publicou uma crítica contundente à liderança do país em abril, negou que tenha feito parte de um complô internacional.

Depois que a família real mediou a disputa, Hamzah jurou lealdade ao rei e foi poupado da acusação. Ele não fez uma aparição pública desde abril e seu depoimento foi considerado inadmissível pelo tribunal, apesar dos diversos apelos da defesa. Os advogados de defesa solicitaram mais de 20 testemunhas, incluindo dois outros príncipes e oficiais - todos rejeitados.

O processo legal, que aconteceu em julgamento a portas fechadas, foi criticado por sua falta de transparência. As autoridades disseram que tiveram que fechar o processo ao público por razões de segurança nacional.

(Texto traduzido. Leia o original aqui)