Netanyahu trava disputa com mediadores israelenses sobre cessar-fogo, diz fonte
Premiê insisti em não retirar tropas do corredor de Philadelphi, região entre Gaza e Egito
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, entrou em conflito com os negociadores israelenses do cessar-fogo em Gaza devido a sua insistência em que Israel não se retire do chamado Corredor Philadelphi, no sul da Faixa de Gaza, disse uma pessoa com conhecimento das negociações.
O Corredor Philadelphi, ao longo da fronteira com o Egito, e o Corredor Netzarim, que corta o meio da Faixa de Gaza, têm sido dois dos principais pontos de atrito nas negociações apoiadas pelo Egito, Catar e Estados Unidos.
Netanyahu tem insistido repetidamente que Israel não abrirá mão do controle do Corredor Philadelphi porque deseja evitar que o Hamas contrabandeie armas e combatentes através da fronteira com o Egito. Ele também disse que Israel deve manter postos de controle no Corredor Netzarim para impedir que os combatentes armados do Hamas se desloquem da seção sul da Faixa de Gaza para o norte.
A fonte disse que Netanyahu concordou em mudar uma posição do Philadelphi em algumas centenas de metros, mas que Israel deve manter o controle geral do corredor, apesar da pressão de membros de sua própria equipe de negociação por mais concessões.
“O primeiro-ministro insiste que essa situação continuará, ao contrário da pressão de certos elementos da equipe de negociação que estão dispostos a se retirar de lá”, disse a fonte, que tem conhecimento próximo das negociações.
O Canal 12 de televisão de Israel informou esta semana que Netanyahu criticou duramente a equipe de negociação, liderada por David Barnea, chefe do serviço de inteligência Mossad, por estar disposta a fazer muitas concessões.
Mais de 10 meses após o ataque de 7 de outubro que foi usado pelo governo de Netanyahu para desencadear a guerra, os EUA têm pressionado Israel para pôr fim à matança em Gaza.
Enquanto homens armados liderados pelo Hamas mataram cerca de 1.200 pessoas e sequestraram cerca de 250 reféns em 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses, Israel aniquilou a Faixa de Gaza com bombardeios que mataram mais de 40 mil palestinos, de acordo com as autoridades de saúde no enclave.
Netanyahu tem sofrido forte pressão para chegar a um acordo por parte das famílias de alguns dos reféns israelenses que permanecem em Gaza e muitos têm criticado fortemente o fracasso do governo em chegar a um acordo, juntando-se aos críticos que acusam o líder israelense de usar a guerra em benefício próprio.