OMS diz que sistemas de saúde na Ucrânia estão em alerta após mais de 200 ataques

Um em cada três pacientes tem problemas de acesso a medicamentos e um em cada cinco precisa de ajuda psicológica

Natalia Zinets, da Reuters
Voluntário de serviço de saúde na Ucrânia
Voluntário que atua em serviços de saúde em conflito na Ucrânia (Photo by Andre Luis Alves/Anadolu Agency via Getty Images)  • Anadolu Agency via Getty Images
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O chefe da OMS (Organização Mundial da Saúde) na Europa acionou o alerta nesta terça-feira (17) sobre o fornecimento de suprimentos para saúde na Ucrânia durante a guerra com a Rússia e pediu uma investigação sobre mais de 200 ataques aos sistemas de saúde.

Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa, disse que um em cada três pacientes tem problemas de acesso a medicamentos, um em cada cinco na zona de conflito precisa de ajuda psicológica, que a violência sexual está aumentando e há risco de surtos de cólera.

"Até hoje, a OMS verificou 226 ataques à saúde na Ucrânia. São quase três ataques por dia desde 24 de fevereiro. Eles deixaram pelo menos 75 mortos e 59 feridos", disse Kluge em entrevista coletiva em Kiev.

A autoridade da organização internacional declarou que esses ataques são considerados um "insulto à dedicação e integridade dos profissionais de saúde".

"Esses ataques não são justificáveis, não são corretos e devem ser investigados. Nenhum profissional de saúde deveria ter que prestar cuidados de saúde no fio da navalha", afirmou Kluge.

A Rússia negou atacar civis no que chama de operação militar especial na Ucrânia.

Jarno Habicht, representante da OMS na Ucrânia, disse que instalações de cuidados primários, hospitais e ambulâncias foram danificadas em ataques desde o início  da invasão russa em 24 de fevereiro.

Habicht disse que uma preocupação adicional é a pandemia de Covid-19, que ele disse que não acabou na Ucrânia. Ele elogiou o programa de vacinação contra a doença no país, mas disse que sua escala deve crescer e o sistema de detecção fortalecido.

O gerente de incidentes da OMS na Ucrânia, Dorit Nitzan, disse que a cidade de Mariupol, no sul, que agora é controlada pelas forças russas após semanas de cerco e bombardeio pesado, está entre as áreas ocupadas onde há risco de cólera.

(Publicado por Carolina Farias)