Secretário dos EUA comenta golpe com IA em seu nome: uso canais oficiais

Segundo Marco Rubio, estratégia evita que impostores usem sua voz

Daphne Psaledakis, da Reuters
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio  • CNN
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O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, respondeu nesta quinta-feira (10) à notícia de que um impostor usou uma voz gerada artificialmente para se passar por ele, dizendo que ele se comunica com seus pares em todo o mundo por meio de canais oficiais para evitar tais riscos.

De acordo com um telegrama diplomático visto pela Reuters na terça-feira (8), o indivíduo entrou em contato com três ministros das Relações Exteriores e duas autoridades dos EUA no mês passado, fingindo ser Rubio.

Falando a repórteres durante uma visita à Malásia, Rubio sinalizou que houve tentativas anteriores de pessoas se passando por ele.

Rubio disse que "poucos dias depois de me tornar secretário de Estado", cargo que assumiu em 21 de janeiro, ministros estrangeiros ligaram para o Departamento de Estado "perguntando se eu havia acabado de enviar uma mensagem de texto para eles".

"Essa é apenas a realidade do século 21 com a IA (inteligência artificial) e as coisas falsas que estão acontecendo", disse ele. "Em geral, eu me comunico com meus pares de todo o mundo por meio de canais oficiais por um motivo, que é evitar isso."

Ele acrescentou: "Minha impressão é que... o alvo são as pessoas que eles estão contatando para tentar induzi-las a fazer uma ligação ou qualquer outra coisa, e quem sabe o que eles fazem com isso."

Ele disse que mais incidentes desse tipo poderiam ser esperados.

"Quero dizer, não apenas eu. Isso acontecerá com outras pessoas, porque tudo o que você precisa é de uma gravação da voz de alguém, e você pode fazer isso. Então, sim, esse é apenas um dos outros grandes desafios que a IA nos impõe."

De acordo com o telegrama, em meados de junho, o impostor entrou em contato com os ministros, um governador dos EUA e um membro do Congresso por meio do aplicativo de mensagens Signal e deixou mensagens de voz para pelo menos dois deles. Em um caso, uma mensagem de texto foi enviada para convidar a pessoa visada a se comunicar pelo Signal.

Em março, o governo dos EUA enfrentou uma crise quando o então conselheiro de segurança nacional do presidente Donald Trump, Mike Waltz, criou um bate-papo em grupo no Signal no qual um jornalista foi adicionado acidentalmente.

Informações sobre ataques militares no Iêmen foram posteriormente compartilhadas no chat.