Ucrânia indicia 6 pessoas, incluindo parlamentar, por esquema de corrupção
Agências descobriram desvio de fundos na compra de drones e equipamentos de interferência de sinal para as Forças Armadas
A Ucrânia informou nesta segunda-feira (4) que indiciou seis pessoas, incluindo um parlamentar e um funcionário do governo, por desvio de fundos na compra de drones e equipamentos de interferência de sinal para as Forças Armadas.
Os militares ucranianos dependem do fornecimento constante de drones e sistemas de guerra eletrônica para combater a invasão da Rússia. Além disso, também está combatendo a corrupção, um movimento crucial para tentar ingressar na União Europeia.
As autoridades anticorrupção informaram no sábado (2) que descobriram um esquema que oferecia propinas para compras a preços inflacionados.
O presidente Volodymyr Zelensky elogiou a medida ainda no sábado, após se reunir com os diretores das agências. Ele havia sido duramente criticado pela população por revogar brevemente a independência de duas agências anticorrupção.
O esquema revelado envolvia o parlamentar, um funcionário do atual governo, um ex-funcionário, um comandante da Guarda Nacional e dois empresários.
"Em 2024 e 2025, um grupo criminoso organizado desviou sistematicamente fundos alocados por autoridades locais para necessidades de defesa", afirmou o Escritório Nacional Anticorrupção em um comunicado, acrescentando que as propinas totalizaram cerca de 30% do valor dos contratos.
O contrato do drone valia US$ 240 mil (equivalente a R$ 1,3 milhão), sendo que o valor inflacionado correspondia a cerca de US$ 80 mil (equivalente a R$ 440 mil), informou o escritório.
Além do parlamentar, os acusados desta segunda-feira incluem um ex-governador e chefe da administração regional, o chefe da administração militar de uma cidade, o comandante de uma Unidade da Guarda Nacional e o diretor e proprietário de uma fabricante de drones.
O parlamentar recebeu uma ordem de prisão preventiva de dois meses, aguardando o pagamento de fiança de cerca de US$ 190 mil (equivalente a R$ 1 milhão), informou o tribunal anticorrupção da Ucrânia.
Nenhum dos suspeitos foi identificado. O equipamento era de fabricação local.