Acusado de matar juíza a facadas fica em silêncio em depoimento à Justiça

Juíza Viviane Vieira do Amaral foi morta a facadas na véspera do Natal na frente das três filhas

Iuri Corsini, da CNN, no Rio de Janeiro
Viviane Vieira do Amaral Arronenzi
Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi assassinada pelo ex-marido no Rio de Janeiro  • Foto: Reprodução/Facebook
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O engenheiro Paulo José Arronenzi, denunciado pelo assassinato de sua ex-mulher, a juíza Viviane Vieira do Amaral, morta a facadas na véspera do Natal do ano passado, preferiu ficar calado ao longo de seu interrogatório realizado na tarde desta quarta-feira (14), no 3º Tribunal do Júri do Rio, que durou pouco mais de três horas. 

Depois desta sessão, a fase de instrução do processo foi concluída após o juiz Alexandre Abrahão ouvir oito testemunhas, além da tentativa de ouvir o engenheiro. Agora, a defesa e a acusação terão um prazo de cinco dias corridos para a apresentação das alegações finais. Na sequência, o juiz do caso determinará se Paulo José será ou não levado a júri popular.

Viviane foi morta a facadas na frente de suas três filhas na véspera do Natal do ano passado, quando a juíza levava as crianças para passarem o Natal com o pai, apontado como autor do crime. O engenheiro foi preso em flagrante por Guardas Municipais momentos depois do ataque, que aconteceu na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o motivo do assassinato da juíza foi o “inconformismo do acusado com o término do relacionamento, especialmente pelas consequências financeiras do fim do casamento na vida do engenheiro". 

Paulo José Arronenzi foi denunciado por homicídio quintuplamente qualificado. Segundo a Justiça do Rio, essas qualificadoras devem levar ao aumento da pena, caso o engenheiro seja condenado. 

“As qualificadoras, que podem levar ao aumento da pena em caso de condenação são: feminicídio, ou seja, a vítima foi morta por ser mulher; o crime foi praticado na presença de três crianças; o assassinato foi cometido por motivo torpe, já que o acusado a matou por não se conformar com o fim do relacionamento; o crime foi cometido por um meio que dificultou a defesa da vítima, atacada de surpresa quando descia do carro enquanto levava filhas ao encontro do ex-marido; e o meio cruel utilizado, uma vez que as múltiplas facadas no corpo e no rosto causaram intenso sofrimento à vítima”, detalhou o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

A juíza tinha 45 anos quando foi assassinada e atuou por 15 anos na magistratura no estado do Rio de Janeiro.