Caso Henry: Gilmar Mendes determina que Monique Medeiros volte à prisão

Ministro analisou recurso dos advogados do pai da criança, Leniel Borel, que atua como assistente de acusação no caso

João Rosa, da CNN, Brasília
Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros
O menino Henry Borel ao lado da mãe, Monique Medeiros  • Foto: Reprodução/Redes Sociais
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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, nesta quarta-feira (5), uma nova prisão para Monique Medeiros, acusada pela morte de seu filho, Henry Borel, em março de 2021.

O ministro analisou um recurso dos advogados do pai da criança, Leniel Borel, que atua como assistente de acusação no caso. O recurso foi em relação a uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que revogou a prisão preventiva de Monique em agosto de 2022.

Monique é acusada do crime juntamente com o seu então namorado, o ex-vereador do Rio de Janeiro Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho.

Henry Borel morreu após ser levado desacordado para o hospital pelos dois. A suspeita é que a criança tenha sido agredida por Jairinho. No entanto, ele e Monique negam que tenha havido qualquer agressão ao garoto. Na versão de ambos, o menino se machucou ao cair da cama oem que dormia.

Gilmar Mendes constatou que o entendimento do STJ de revogar a prisão preventiva de Monique Medeiros se distancia da realidade dos autos e contraria a jurisprudência dominante do STF, o que explica a nova ordem de prisão.

O ministro também relembrou em seu voto que Monique é acusada de “tolerar o sofrimento e a tortura de seu filho.” Por esse motivo, segundo Mendes, ela colaborou “eficazmente para a consumação do crime de homicídio (...) sendo conhecedora das agressões que o menor de idade sofria do padrasto e estando ainda presente no local e dia dos fatos”.

O ministro também explica que não é possível formar qualquer juízo de valor definitivo sobre a autoria do crime, já que o caso vai a júri popular. Entretanto, a prisão preventiva havia sido decretada baseada na gravidade do ocorrido.

No dia 27 de julho, a Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido de liberdade feito pela defesa de Jairinho e incluiu mais crimes no processo a que ele e Monique respondem pelo assassinato de Henry Borel.

Com a decisão, foi mantida a determinação para que os dois acusados sejam julgados em júri popular.