Delegada pede sigilo em inquérito sobre morte de belga
Pedido aconteceu no mesmo dia em que depôs à Polícia Civil, por videoconferência, irmão de Walter
A delegada responsável pelo caso da morte do belga Walter Biot, marido do cônsul alemão Uwe Herbert Hahn no Rio de Janeiro, Camila Lourenço, pediu à Justiça, nesta quarta-feira (10), que seja decretado sigilo no inquérito.
O pedido aconteceu no mesmo dia em que depôs à Polícia Civil, por videoconferência, o irmão de Walter. A informação foi confirmada pela delegada responsável pelo caso.
O sigilo das investigações decorre da necessidade de preservação da honra do morto e do investigado, evitando que questões sensíveis relacionadas à intimidade dos envolvidos possam ganhar repercussão midiática”, escreveu no documento encaminhado à Justiça. Até o fim da manhã desta quarta-feira (10), a solicitação não tinha resposta.
Ainda hoje, o cônsul da Bélgica esteve no Instituto Médico Legal para identificar a vítima. A declaração de óbito foi emitida. O corpo de Walter, de 52 anos, continua no IML e só será liberado, de acordo com fontes ouvidas pela CNN, ao final do inquérito policial.
O cônsul da Bélgica também acompanhou o depoimento do irmão de Walter. O belga foi encontrado morto no apartamento em que morava com o marido, o cônsul da Alemanha, Uwe Herbert Hahn, de 61 anos, em Ipanema, na zona sul, na última sexta-feira (5).
Segundo a delegada Lourenço, o Itamaraty tem acompanhado de perto o trabalho de investigação e colaborado com a polícia. O Ministério de Relações Exteriores informou à CNN que não comenta casos em investigação.
De acordo com a Polícia Civil, o casal vivia um relacionamento abusivo. Depoimentos coletados nos últimos dias apontam para um cenário de violência física, moral e psicológica da vítima perante o marido. “O inquérito está praticamente concluído, uma vez que a Polícia Civil não tem dúvidas da autoria do crime”, explicou Lourenço.
A polícia ainda aguarda o resultado de exames para saber se o cônsul teria dopado o marido belga. O material colhido na residência do casal será analisado em um laboratório da UFRJ. O prazo para o laudo é de 15 dias.