Lessa atirou para matar Marielle, Anderson e assessora, diz promotor
Eduardo Martins refutou a versão apresentada por Ronnie Lessa no dia anterior, de que ele não tinha a intenção de atirar no motorista
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Caso Marielle: Posicionamento dos carros da vereadora e dos atiradores no dia do crime • Reprodução
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Caso Marielle: Posicionamento dos carros da vereadora e dos atiradores no dia do crime • Reprodução
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Caso Marielle: Indicação das trajetórias dos disparos que atingiram Marielle Franco e Anderson Gomes • Reprodução
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Caso Marielle: Indicação das trajetórias dos disparos que atingiram Marielle Franco e Anderson Gomes • Reprodução
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Caso Marielle: Posições das vítimas no carro no dia do ataque; veículo era conduzido por Anderson Gomes. Assessora da vereadora estava atrás do motorista e a parlamentar ao lado dela • Reprodução
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Caso Marielle: Laudo do mostra onde foram os disparos que atingiram o motorista Anderson Gomes • Reprodução
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Laudo mostra onde a vereadora Marielle Franco foi atingida por tiros em 2018 • Reprodução
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Caso Marielle: Marca de tiro no para-brisa do veículo onde estavam a parlamentar e o motorista Anderson Gomes • Reprodução
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Caso Marielle: marcas de tiro no vidro lateral do veículo que levava a vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes • Reprodução
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Caso Marielle: projétil encontrado no chão do carro que levava a vereadora do PSOL e o motorista Anderson Gomes • Reprodução
Durante o segundo dia do julgamento dos réus pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, o promotor de Justiça Eduardo Martins afirmou que o objetivo do atirador, o ex-policial militar Ronnie Lessa, era matar todas as três pessoas que estavam no carro das vítimas, e não somente a parlamentar.
Na quarta-feira (30), durante o primeiro dia de julgamento, Lessa afirmou que não tinha a intenção de assassinar o motorista. “Naquela de querer resolver rápido, corri o risco conscientemente e, infelizmente, aconteceu a questão do Anderson. Não era a finalidade. Acertei a vereadora, mas sabia do risco de acertar outra pessoa”, afirmou o ex-policial.
Na visão do promotor, ao matar todos os ocupantes do automóvel, Lessa pretendia promover uma queima de arquivo. “Se eu deixo o motorista vivo, ele pode anotar minha placa, pode dizer para que lado o carro dobrou, pode ligar para o 190 e dizer: ‘corre atrás dessa placa que foi quem acabou de disparar’.”
Segundo Martins, o Chevrolet Agile que levava Marielle, Anderson e a assessora Fernanda Chaves foi atingido por pelo menos 14 tiros. Fernanda sobreviveu.
O promotor avalia que, se a intenção realmente fosse matar somente a vereadora, Lessa poderia ter pedido ao comparsa Élcio de Queiroz –que dirigia o carro– para que parasse atrás do veículo das vítimas e atirasse diretamente em direção a Marielle.
No entanto, uma das imagens mostradas revela que o carro dos atiradores ficou posicionado ao lado do carro da vereadora e atingiu toda a lateral do automóvel. “O raio dos disparos passa por todos os passageiros do caso.”
“Por que ele escorre varrer o carro de um lado a outro? Porque ele quer matar todo mundo. Porque ele sabe que parando ali ele teria o melhor ângulo para pegar todo mundo do carro”, acrescentou o promotor.
“O Anderson recebe mais disparos até do que a Marielle. A Marielle já foi atingida, mas ele [Lessa] continua apertando e girando pelo carro”, complementou Martins.
R$ 25 milhões pela morte
Também no primeiro dia de julgamento, Lessa afirmou que havia recebido uma oferta de R$ 25 milhões para matar a vereadora. “Fiquei cego: minha parte eram R$ 25 milhões. Podia falar assim: ‘era o papa’, que eu ia matar o papa”, disse.
Lessa também disse que se arrepende de ter cometido o crime e pediu perdão para a família das vítimas.