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    Litoral de SP: Operação Verão termina com 56 mortos e mais de mil presos

    Terceira fase da operação foi iniciada em fevereiro, após morte de dois PMs na Baixada Santista

    Rafael Villarroelda CNN*

    O reforço de policiais do interior e da capital na Baixada Santista terminou nesta segunda-feira (1°) após o encerramento da terceira fase da Operação Verão.

    Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a estratégia para o combate ao crime organizado por meio da asfixia financeira do tráfico de drogas, agora dá lugar à ampliação de efetivo de 341 PMs que passará a atuar de maneira permanente nas cidades da região.

    O secretário da pasta, Guilherme Derrite, anunciou o final da operação: “A operação cumpriu os seus objetivos, seja capturar alvos identificados por um trabalho de inteligência conjunto entre as polícias como reduzir os índices criminais na Baixada Santista. Agora, com a ampliação do efetivo, podemos dar continuidade a esse combate, que será constante”, ressaltou o secretário, ao analisar a região como uma das mais desafiadoras no combate ao tráfico de drogas por conta de sua localização e escoamento de drogas para Europa, por meio do porto de Santos.

    Vale lembrar que ainda durante a terceira fase, a Secretaria da Segurança Pública transferiu temporariamente o gabinete da pasta para Santos, na sede do Comando de Policiamento do Interior (CPI-6).

    Números

    Desde o início da Operação Verão, em dezembro de 2023, 56 pessoas morreram em supostos confrontos com a polícia. Na sexta (29), um homem, de 22 anos, morreu durante uma ação da Polícia Militar de combate ao tráfico de drogas na Vila Santa Rosa, na cidade do Guarujá.

    Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), durante a ação, os agentes teriam avistado o rapaz, que estava supostamente armado, com uma sacola e um rádio comunicador.

    Segundo a polícia, ao se aproximarem, o suspeito, na tentativa de fuga, teria apontado uma arma na direção dos agentes, que reagiram disparando contra o suspeito.

    O jovem não resistiu e morreu ainda no local. O óbito foi confirmado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

    Ainda de acordo com a SSP, uma pistola, um rádio comunicador e 379 porções de drogas, incluindo maconha, cocaína, crack e haxixe, teriam sido apreendidas com o rapaz.

    O caso foi registrado como tráfico de entorpecentes, posse ou porte ilegal de arma de fogo, morte decorrente de intervenção policial e legítima defesa na Delegacia de Guarujá.

    Desde dezembro, no início do reforço na segurança na Baixada com as férias de fim de ano, 1025 infratores foram presos, sendo quase a metade (438) procurada pela Justiça, além de 47 menores apreendidos.

    As Polícias Civil e Militar também retiraram das ruas 2,6 toneladas de drogas e apreenderam 119 armas de fogo ilegais.

    O trabalho resultou na redução da taxa de roubos em 25,8% em Santos, São Vicente e Guarujá no primeiro bimestre do ano, quando comparado ao do ano anterior.

    Em toda a Baixada, fevereiro de 2024 foi o mês com a menor taxa de roubos da série histórica, iniciada em 2001.

    No mês passado, a gestão paulista também anunciou uma série de investimentos para fortalecer a segurança na Baixada. Há previsão de aplicar R$ 70 milhões para reformar e concluir obras de unidades policiais, assim como a aquisição de novos equipamentos, como viaturas, barcos blindados e novas armas.

    Prisões importantes

    Ainda durante a operação houve prisões de “peças-chave” para o crime organizado que atuavam a partir da Baixada, segundo afirmou a pasta.

    Uma delas foi presa no último dia 8 de fevereiro. Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como “Japa do PCC”, é suspeita de comandar a lavagem de dinheiro de uma facção criminosa em Santos, Cubatão e Guarujá, além da capital. Após decisão da Justiça no final de fevereiro, ela foi autorizada a cumprir prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

    Caio Vinicius, apelidado de “Nego Boy”, que é acusado de liderar o tráfico de drogas em uma das comunidades de Santos, também foi preso pelos agentes.

    Ainda dentro da operação, a polícia identificou a atuação de Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como “Danone”, outra liderança de alto escalão de uma facção. Na ação, em 16 de fevereiro, o suspeito trocou tiros com policiais e foi morto. Ao todo, 56 criminosos entraram em confronto com as forças policiais e morreram.

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