Nós não estávamos preparados, diz presidente do Conselho de Medicina do RJ
Conselho critica falta de leitos e demora na construção dos hospitais de campanha, além do cenário da saúde do estado

Em meio à pandemia, o estado do Rio de Janeiro tem mais de mil pessoas à espera de um leito para o tratamento da doença. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj), Sylvio Provenzano, disse à CNN nesta sexta-feira (8) que vê com preocupação a demora na construção dos hospitais de campanha no estado criticou a 'desestruturação' do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio.
"Vemos com muita preocupação toda essa situação. Destes mais de mil pacientes, a metade deles aguarda vagas para os valiosos leitos em CTI. Não chegaram respiradores, eu não tenho pessoal especializado para dar assistência aos pacientes. Nós tínhamos um SUS, antes da pandemia, já com problemas. A demanda cresceu e os leitos diminuíram, é uma conta que matemático nenhum consegue fazer", explica
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Provenzano disse ainda que há uma 'receita do caos' para que seja possível entender o cenário da saúde do estado. "Para que a gente tenha a ideia do que estamos vivendo, podemos somar a falta de planejamento, equipe e leitos para que se entenda toda essa situação e que evidencia que o estado do Rio não estava preparado para a Covid-19. E acredito que demoramos muito para a resposta ao vírus".
"Não temos profissionais treinados, há muito tempo não se fazia concursos públicos e o que eu tenho hoje é uma equipe médica muito nova que não tem o conhecimento necessário de um vírus tão desafiador, mesmo para clínicos com experiência", completa.
Ainda em março, o órgão protocolou um pedido de urgência ao Ministério da Saúde para pedir reforço de equipamentos de proteção individual para os profissionais da saúde e mais vacinas de influenza.
De acordo com o órgão, faltam máscaras, álcool em gel para os profissionais dos hospitais do RJ e até mesmo para os que ficam em atendimento nas recepções das unidades.