Operação da PF apura fraude em contratos emergenciais em São Paulo 

Contratos assinados pela Autarquia Hospitalar Municipal no valor de R$ 11,1 milhões teriam favorecido empresas desclassificadas durante o processo licitatório

Murillo Ferrari,
Operação 'Nudus' da PF apura desvios em contratações emergenciais em São Paulo
Operação 'Nudus' da PF apura desvios em contratações emergenciais feitas pela Autarquia Hospitalar Municipal de São Paulo  • Foto: Divulgação/ Polícia Federal
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A Polícia Federal realiza nesta quinta-feira (6) a operação Nudus para apurar fraudes em contratações emergenciais contra a pandemia do novo coronavírus realizadas pela Autarquia Hospitalar Municipal de São Paulo.

Essas contratações emergenciais de aventais descartáveis, realizadas com dispensa de licitação, somam R$ 11,1 milhões e utilizaram recursos federais destinados ao combate da pandemia de Covid-19. 

Ao todo, são cumpridos seis mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça Federal em São Paulo. Um dos mandados é para a sede da autarquia, no bairro da Consolação, com o objetivo de confirmar se houve participação de funcionários públicos nas fraudes.

Em nota, a PF informou que o objetivo da operação é “instruir inquérito policial que apura fraudes identificadas com o apoio do Tribunal de Contas da União (TCU)”.

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“Até o momento, apurou-se que durante o processo para a contratação, algumas empresas foram desclassificadas sob argumentos que depois foram ignorados na assinatura do contrato com as empresas investigadas. Há indicativos que o valor da contratação também foi superior ao praticado no mercado na mesma época”, disse a PF.

Além disso, também foi identificada estreita ligação entre as empresas que participaram do processo, que não apresentavam experiência ou capacidade técnica operacional para a confecção dos aventais hospitalares.

Entre os crimes investigados estão fraude ao caráter competitivo da licitação, fraude à licitação para causar prejuízo à Fazenda Pública, associação criminosa, além de corrupção e/ou peculato. Comprovados todos os crimes, as penas somadas podem chegar a 25 anos de prisão.