PF faz operação contra falsos policiais que roubavam contrabandistas no Paraná
Segundo as investigações, o grupo denominado 'piratas do asfalto' realizava emboscadas e sequestros; traficantes da fronteira também eram alvos do grupo


A Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra falsos policiais que atuavam em roubos em rodovias nesta sexta-feira (21). Aproximadamente 60 agentes estão nas ruas de quatro cidades do Paraná.
Os suspeitos estariam envolvidos na prática de crimes de roubo, tráfico internacional de drogas, armas e contrabando e descaminho de eletrônicos e medicamentos, com atuação na região da fronteira entre Paraná e Paraguai.
Segundo as investigações, o grupo especializado na prática de roubos nas rodovias e às margens do Rio Paraná era formado por falsos policiais que usavam fardas, distintivos e até viatura para a prática dos crimes. Os criminosos tinham como alvos preferenciais contrabandistas e traficantes que atuam na região da fronteira.
As drogas, medicamentos e outros produtos ilícitos roubados pelo grupo eram reintroduzidos no mercado pelos próprios receptadores. A investigação revelou, ainda, que grupo fazia remessas semanais de valores através de depósitos bancários para uma facção criminosa sediada em São Paulo e com ramificações na região de fronteira com o Paraguai.
De acordo com a PF, o grupo de falsos policiais “realizavam abordagens de forma extremamente violenta e com emboscadas e sequestro das vítimas.” Os investigados tinham apoio de olheiros e batedores, que agiam como agentes duplos, atuando em prol de traficantes e repassando informações ao grupo denominado “piratas do asfalto”.
Somente nos últimos seis meses, o principal receptador e operador financeiro do grupo apresentou uma movimentação financeira que ultrapassou R$ 9 milhões de reais, o que, de acordo com os investigadores, revela a intensa atuação do grupo.
A Justiça Federal do Paraná emitiu sete ordens de prisão preventiva (Guaíra, Cianorte, Umuarama e Terra Roxa) e 11 mandados de busca e apreensão e também autorizou o sequestro de pelo menos cinco imóveis adquiridos pelos investigados, especialmente os líderes da organização criminosa que residiam em Terra Roxa e Cianorte.
Segundo a PF, já foram apreendidos 15 veículos e cerca de 50 contas bancárias foram bloqueadas.