Portões do Enem fecham e milhões de estudantes iniciam segundo dia do exame

Alunos respondem a 90 questões de ciências da natureza e matemática; primeiro dia das provas teve abstenção recorde

Anna Satie, da CNN em São Paulo
Local de aplicação de provas do Enem em São Paulo
Local de aplicação de provas do Enem em São Paulo  • Foto: Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo (24.jan.2021)
Compartilhar matéria

Os portões das escolas que aplicam o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) fecharam às 13h deste domingo (24), e o segundo dia da prova que é porta de entrada para faculdades em todo o país começou.

Nesta segunda etapa, os alunos responderão a 90 questões de ciências da natureza (química, física e biologia) e matemática. No domingo passado (17), foi a vez das questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, ciências humanas e redação. 

A prova tem 5h30 de duração e os resultados devem ser divulgados em 29 de março. 

No exame deste ano, os alunos enfrentam desafios que vão além da extensão e do conteúdo da prova. A insegurança causada pela pandemia refletiu em um nível de abstenção recorde no primeiro dia de provas deste ano: 51,5% dos inscritos na prova não compareceram. Antes, a maior taxa havia sido de 37,7% em 2009. 

No último domingo, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que o Enem foi um "sucesso". "Para os alunos que puderam fazer a prova, foi um sucesso", disse.

Entretanto, houve quem chegou no local de aplicação e foi barrado, pois as salas já haviam ultrapassado a lotação máxima. 

O presidente do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Alexandre Barbosa, disse em entrevista coletiva que alunos foram impedidos de fazer a prova em 11 lugares. Para esses, o instituto vai analisar as atas das salas e garantir a reaplicação nos dias 23 e 24 de fevereiro.

No outro extremo, diversos registros de desrespeito ao distanciamento social foram divulgados nas redes sociais. O Inep não anunciou nenhuma mudança para o segundo dia de provas.

Estudantes não conseguem chegar a tempo

Por dez segundos, a estudante Juliana da Silva não conseguiu entrar para fazer a prova do Enem. “Triste, mas são regras e a gente tem que respeitar”, disse a estudante que quer cursar enfermagem.

Ela até tentou uma carona na moto do pai até a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, no Maracanã, na zona norte, para chegar a tempo, mas não foi suficiente. “O sentimento é horrível, mas não pode permitir que a gente desista dos sonhos”, disse o motoboy Luís Gonzaga, pai da jovem.

Na Pontifícia Universidade Católica do Rio, na Gávea, na zona sul, a guia de turismo Nayara Amorim da Silva, que trabalha como gerente de um depósito de bebidas, também chegou atrasada.

Ela perdeu a hora depois de ter chegado tarde do trabalho. Pegou um moto-taxi, mas não conseguiu  realizar o exame. “Eu lamento não ter conseguido. Agora, pretendo cursar o ensino superior em uma universidade privada e tentar novamente em 2022 uma vaga na rede pública”, revelou.

 (*Com informações de Luana Franzão, da CNN, em São Paulo e Isabelle Saleme e Isabelle Resende, da CNN, no Rio)