RS fiscaliza shoppings e proíbe ônibus interestaduais para conter coronavírus

Governador decretou estado de calamidade; medida vetou eventos religiosos e impôs limite para compras

Bruna Ostermann
Funcionários de banco usando máscaras de proteção enquanto conversam com cliente, em meio à pandemia do coronavirus.  • foto-diego-vara-19-mar-2020-reuters
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Com 30 casos do novo coronavírus confirmados no estado, o Rio Grande do Sul oficializou calamidade pública nesta quinta-feira (19). O governador Eduardo Leite (PSDB) assinou a medida no início desta tarde. 

Entre as medidas estabelecidas pelo decreto estão a interrupção de transporte interestadual no Rio Grande do Sul e a redução de passageiros por ônibus intermunicipal em 50%. Ele ainda proíbe a realização de eventos, públicos ou privados, com mais de 30 pessoas, incluindo celebrações religiosas. 

Além disso, o documento veta duas práticas comuns durante a pandemia: o estoque de produtos essenciais e o aumento abusivo de preços de itens sob forte demanda. Na primeira, cabe aos mercados impedir a compra excessiva e ao estado fiscalizar.  

Os estabelecimentos comerciais também tem a obrigação de fixar horários ou setores exclusivos para atender clientes acima dos 60 anos e dos demais grupos de risco do coronavírus. 

O Rio Grande do Sul seguiu o exemplo de São Paulo e determinou o fechamento de shoppings e outros negócios não essenciais, determinando ainda que indústrias devem criar escalas para seus funcionários. 

Apenas nesta quinta, quatro lojas já foram interditadas por não cumprirem o decreto na capital gaúcha. Quatro shoppings também foram fiscalizados pelos agentes da Prefeitura: Barra Shopping Sul, Iguatemi, Total e Praia de Belas. Neste último, todos os estabelecimentos cumpriram a medida.

Confira entrevista exclusiva do governador Eduardo Leite à CNN sobre a situação no Rio Grande do Sul, concedida na quarta-feira (18): 

 

Páscoa cancelada em Gramado

Prevista para começar na próxima sexta-feira (20), a Páscoa em Gramado foi cancelada por um decreto do prefeito Fedoca Bertolucci (PDT). A cidade é conhecida por ser o principal destino turístico do Rio Grande do Sul e, sem atividades artísticas, culturais e religiosas, a GramadoTur, autarquia responsável pela programação turística no município, vai apenas manter a decoração nas ruas.

O documento da prefeitura determinou o cancelamento de todos os eventos com aglomeração de pessoas na cidade, entre outras medidas de controle. Segundo o presidente da Gramadotur, Édson Néspolo, restaurantes também estão fechando as portas e os hotéis, lidando com o cancelamento de reservas em massa. 

A estimativa de visitantes para o feriado da Páscoa era de 350 mil pessoas e, agora, caiu para 70 mil. O prejuízo calculado chega a R$ 110 milhões em apenas 20 dias de evento.

Quarentena em Farroupilha 

Na cidade de Farroupilha, na Serra Gaúcha, cerca de 3.500 pessoas entraram em quarentena. A comunidade de Vila Jansen foi isolada por determinação da Vigilância Sanitária, após o primeiro caso do novo coronavírus confirmado na região. 

O paciente é um homem de 37 anos, que mora em Londres e está na cidade para visitar a família. Segundo a prefeitura de Farroupilha, ele teve contato com muitos moradores da vila, aumentando a chance de que o vírus esteja em circulação no local. 

Os 3.500 moradores devem ficar em isolamento domiciliar, inclusive sem receber visitas, por sete dias em casos assintomáticos e por 14 dias caso existam sintomas. 

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