SP: Justiça reclassifica caso de policial que matou jovem por engano

Morte de Guilherme Ferreira foi reclassificada para dolosa (quando há intenção de matar) atendendo ao pedido do Ministério Público; jovem foi atingido por um tiro na cabeça no último dia 4 de julho

Rafael Villarroel, da CNN*, em São Paulo
Guilherme Dias Santos Ferreira foi morto após ser confundido com um criminoso pelo policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida  • Reprodução
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A Justiça de SP reclassificou para homicídio doloso - quando há intenção de matar - o caso do jovem Guilherme Dias Santos Ferreira, marceneiro que foi morto com um tiro na cabeça após ser confundido com um suspeito pelo policial militar Fabio Anderson Pereira de Almeida. A mudança foi um pedido do Ministério Público de São Paulo e o caso remetido a uma das varas do Júri da capital paulista.

Quem era Guilherme, jovem negro morto por engano por policial militar em SP

Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, na sexta-feira (4) o policial militar disparou contra suspeitos para impedir uma tentativa de assalto na zona sul de São Paulo. Os suspeitos fugiram e em seguida, ainda no local, o agente viu Gabriel e outros colegas, que tinham saído a pouco tempo do trabalho, e atirou.

Veja abaixo:

 

O policial foi preso em flagrante após a morte e pagou uma fiança de R$ 6.500 e foi liberado.

Guilherme Dias Santos Ferreira levava uma bolsa contendo um livro, remédios, itens de higiene e uma marmita no momento em que foi morto. Os pertences foram encontrados ao lado do corpo. Junto com a bolsa, estava a carteira, o telefone celular e chaves.

Para a polícia, a ausência de arma de fogo, os pertences encontrados com Guilherme, o horário registrado como término da sua jornada de trabalho e a falta de antecedentes criminais confirmam que Guilherme não tinha envolvimento com o crime. Sendo assim, os disparos efetuados por Fabio não se classificam como legítima defesa.

A defesa do policial foi procurada pela CNN e disse que, por enquanto, não vai se manifestar e que aguarda o andamento das investigações.

Revolta dos familiares

Familiares demonstraram revolta pelo ocorrido nas redes sociais. Guilherme havia se casado recentemente e foi lembrado por amigos como “um homem íntegro, um excepcional marido, filho e amigo”. O irmão da vítima disse em uma publicação que ele era uma grande referência e que honraria o seu legado.

O velório e sepultamento da vítima foi realizado no domingo (6). Amigos e parentes lamentaram a morte dele nas redes sociais.

*Sob supervisão de Luan Leão