Vídeo mostra que PM não fez bafômetro em homem que matou motorista de aplicativo; veja

Polícia Militar informou que abriu apuração para analisar a conduta dos envolvidos no acidente

Beto Souza, Guilherme Rajão, da CNN, São Paulo
Câmera corporal mostra abordagem policial após acidente que matou motorista de aplicativo, em Guarulhos, na Grande São Paulo  • PMSP
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Imagens divulgadas pela Polícia Militar de São Paulo mostram que o homem responsável por matar um motorista de aplicativo, em Guarulhos, na Grande São Paulo, saiu do local do acidente sem realizar o teste do bafômetro.

O acidente aconteceu no sábado, dia 13 de julho. O motorista Felipe Gambeta Malheiros, dirigindo um veículo, desce uma avenida na contramão em alta velocidade e colide com o carro da vítima, Ednaldo de Souza Mendes. Mendes foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Malheiros teve um ferimento na sobrancelha e foi levado para o Hospital Municipal de Urgências (HMU). Após o atendimento, ele retornou para o local do acidente.

Imagens da bodycam

Nas imagens é possível ver dois policiais militares em uma viatura. Um deles ao volante, é quem sai da viatura para ir até Felipe Gambeta. Antes, o agente confirma o procedimento a ser realizado, com quem chama de “Cabo”, na filmagem. O segundo agente não aparece nas imagens. Veja o vídeo:

O policial é instruído pela Cabo para fazer perguntas sobre uso de bebida alcoólica e entorpecentes ao condutor do veículo. No entanto, sobre o uso de entorpecentes, ela destaca que não se deve perguntar se ele “fez” o uso. Isso porque a pergunta poderia sugerir que o agente estivesse afirmando que o homem fez uso, dando interpretação “acusatória” da abordagem policial.

As imagens seguem e o policial chega até onde Felipe Gambeta. O agente, então, pergunta ao homem se ele usou bebida alcoólica. A primeira resposta de Felipe é “ao meio-dia”. Na segunda indagação do agente, o homem deitado na maca responde “ao meio-dia, do dia passado”. O agente repete a segunda afirmação, e Felipe confirma.

Na sequência, o agente pergunta se o homem usa entorpecentes. Ele nega.

No fim da abordagem, o policial pergunta sobre a situação, quando Felipe Gambeta responde “Tá de boa”. Ele destaca o ferimento no supercílio com o curativo, e relata que a perna e o braço atingidos estão doloridos.

O agente confirma que não há nenhuma fratura e alerta sobre os trâmites administrativos da ocorrência, além de recomendar que o homem procure algum familiar para retirar o automóvel na delegacia.

Antes de sair, o policial relata que o carro foi destruído completamente, e questiona o homem sobre o seguro. O agente diz “vai precisar acionar para tirar o carro de lá (delegacia)”. Enfim, deixa o local, onde o homem segue recebendo atendimento.

O caso foi registrado inicialmente como morte suspeita ou acidental no 1º DP de Guarulhos. Posteriormente, passou a ser investigada como homicídio culposo com dolo eventual.

O que diz a PM

Em nota, a Polícia Militar informou que abriu apuração para analisar a conduta dos envolvidos no acidente.