Waack: O que parece essencial, no momento, é tentar recuperar respeito
A pacificação é, de fato, uma condição necessária para, digamos, um "reengajamento" entre o poder civil e o militar. Mas não é suficiente
Lula está manifestando sua desconfiança em relação aos militares um dia sim, outro dia também.
Enquanto se busca uma forma de recuperar um mínimo de respeito mútuo entre o presidente e alguns dos principais comandantes militares.
A julgar pelo trabalho de apuração de nosso colega Caio Junqueira, Lula não precisaria se preocupar tanto assim.
Pois se é fato que, sim, que em círculos próximos a Jair Bolsonaro examinou-se fórmulas para reverter o resultado das últimas eleições – com a participação de pelo menos um general da reserva, seu candidato a vice-presidente – a postura do alto comando do exército foi inequívoca. Em defesa da legalidade.
O entorno de Lula parece considerar militares fardados em torno dele como uma espécie de risco à própria segurança do presidente.
E está implementando um esquema de proteção baseado agora na Polícia Federal.
A fórmula que se busca aplicar para estabelecer pontes entre o presidente e os militares envolve discutir aspectos práticos da modernização – leia-se equipamentos – das três Forças Armadas.
A pacificação é, de fato, uma condição necessária para, digamos, um “reengajamento” entre o poder civil e o militar. Mas não é suficiente.
O que parece essencial, no momento, é tentar recuperar respeito, de lado a lado.