Cármen dá 5 dias para Bolsonaro e Defesa explicarem militares na Amazônia

Partido Verde apresentou ao Supremo uma ação em que questiona um decreto presidencial que autoriza GLO na região

Gabriela Coelho, da CNN, em Brasília
Ministra do Supremo Cármen Lúcia
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia   • Foto: Foto: Nelson Jr./SCO/STF - Agência Brasil
Compartilhar matéria

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (3) que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, prestem informações, em cinco dias, sobre o uso das Forças Armadas em ações em terras indígenas e unidades de conservação ambiental. 

Na segunda-feira, o Partido Verde apresentou ao Supremo uma ação em que questiona um decreto presidencial que autoriza o emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem na faixa de fronteira, nas terras indígenas, nas unidades federais de conservação ambiental e em outras áreas federais nos Estados da Amazônia Legal. 

Leia mais:
Governo desbloqueia recursos para o combate ao desmatamento na Amazônia

O decreto foi publicado em maio. Em julho, o presidente Jair Bolsonaro prorrogou a norma até novembro.  Para o partido, a “Operação Verde Brasil 2” constitui “verdadeira militarização da política ambiental” e, assim, “usurpa competências dos órgãos de proteção ambiental”, especialmente do Instituto Brasileiro do Meio-Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).

Segundo a legenda, a instauração da Operação Verde Brasil 2 no mês de maio de 2020, parecia, em um primeiro momento, estar alinhada à necessidade de controle de queimadas, em especial com o início da estação seca no segundo semestre do ano, e, em uma perspectiva mais ampla, da atuação contra o desmatamento ilegal nos estados da Amazônia Legal. 

De acordo com o partido, o Inpe registrou aumento de 25% nos alertas de desmatamento entre os meses de janeiro e junho em comparação com o mesmo período de 2019. Com isso, segundo o PV, houve a elevação da estimativa de desmatamento. 

“Mais de 6, 8 mil focos de incêndios foram identificados pelos satélites do Inpe durante o mês de julho na região Amazônica e a marca de 10 mil focos foi ultrapassada nos primeiros dez dias do mês de agosto”, disse.