8 de janeiro foi fruto de quatro anos de ataques à democracia, diz Contarato à CNN
Líder do PT no Senado também comentou sobre MP da Reestruturação e articulação do governo com o Congresso
Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (31), o líder do PT no Senado Federal, Fabiano Contarato (ES), afirmou que os ataques criminosos de 8 de janeiro foram “fruto de quatro anos de ataques à democracia“, em referência ao governo de Jair Bolsonaro (PL).
Ele destacou esperar que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investigará os atos golpistas aja “conforme determina a Constituição”, classificando o colegiado como “CPMI do Golpe”.
“Espero que essa CPI jogue luz, efetivamente, e traga responsabilidade de quem, de qualquer forma, tenha concorrido para esse crime”, pontuou, adicionando que a responsabilidade não deve “recair apenas em quem está na fotografia”, ou seja, mirar também nos instigadores.
Por fim, o senador ressaltou que o clima na comissão dependerá da atuação do presidente, Arthur Maia (União Brasil-BA), e da relatora, Eliziane Gama (PSD-MA).
Votação da MP da Reestruturação e diálogo entre governo e Congresso
O Congresso Nacional avalia, entre esta quarta e quinta-feira (1°), a medida provisória (MP) que mexe com a estrutura dos ministérios.
No início do mandato, Lula assinou a MP que criou 14 pastas a mais do que o governo de Jair Bolsonaro (PL), totalizando 37. Quando publicadas, as MPs têm força de lei, mas precisam ser analisadas pelo Congresso em até 120 dias, para que não percam a validade. O prazo termina nesta quinta-feira (1°).
Sobre isso, Fabiano Contarato pontuou que, se aprovada na Câmara dos Deputados, o Senado está preparado para referendá-la.
“Espero que tenhamos a sensibilidade, coerência, serenidade e equilíbrio emocional para, recebendo, aprovando na Câmara, fazer a votação o mais rápido possível, hoje ou, no mais tardar, amanhã”, ponderou.
O líder do PT no Senado, entretanto, negou que Lula esteja falhando na articulação com o Congresso e afirmou que as agendas exteriores estão trazendo “retorno financeiro ao país”.
“No Senado, a articulação flui com maior naturalidade, mas, na Câmara, com 513 deputados, a articulação tem que ser muito mais trabalhada e, às vezes, requer muito mais tempo”, comentou.
“Não vejo nisso uma falha, acho que essa articulação política está acontecendo, às vezes não acontece no mesmo dígito que acontece no Senado Federal”, adicionou.