Aliados querem Motta eleito com "dois votos" a menos para manter recorde de Lira

Atual presidente da Câmara, fiador da candidatura de Motta, venceu com 464 votos em 2023 e não gostaria de ser superado

Renata Varandas, da CNN, Brasília
Hugo Motta (à esquerda) recebe abraço de Arthur Lira após anúncio de que receberá apoio na disputa pela presidência da Câmara
Hugo Motta (à esquerda) recebe abraço de Arthur Lira  • 29/10/2024 - Marina Ramos/Câmara dos Deputados
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Virtualmente eleito para a presidência da Câmara no próximo biênio, diante de acordos com mais de dez partidos e da desistência dos outros candidatos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) poderá ser ungido com menos votos do que Arthur Lira (PP-AL) em 2023.

O atual presidente da Câmara foi o mais votado em toda a história, com 464 votos, e não quer perder o posto para Motta.

Aliados dizem que Motta também terá votação bastante alta. No entanto, segundo interlocutores próximos ao deputado do Republicanos, é importante que ele tenha "dois votos" a menos que Lira, para que a "criatura não supere o criador" e nem cause "ciúmes" no padrinho.

Atrás de Lira, os mais votados na Câmara foram Ibsen Pinheiro, quando esteve à frente da presidência da Câmara em 1991 e 1992, e João Paulo Cunha, no biênio 2003-2004. Ambos tiveram 434 votos. O ex-presidente Michel Temer, em 1999, ficou em quarto lugar, com 422 votos.

Apesar de ter apoio maciço da Câmara — os únicos partidos que não declararam apoio a Motta foi PSOL e Novo — , o candidato vai continuar trabalhando pela sua vitória durante o recesso parlamentar.

À CNN, Motta disse que não vai descansar no recesso porque, apesar do cenário parecer bastante favorável, é preciso continuar fazendo conversas para que não haja desistências no meio do caminho.